SEM O PAI E COM IRIS RECOLHIDO DEPOIS DO AVC, DANIEL VILELA HERDA O MDB COM APENAS 37 ANOS
O ex-deputado federal e presidente estadual do MDB Daniel Vilela está recebendo uma herança de valor inestimável: um dos maiores e mais emblemáticos partidos políticos do Estado, que caiu em suas mãos em decorrência da morte do seu pai Maguito Vilela e agora do AVC que acometeu Iris Rezende e que inevitavelmente o levará a uma vida mais recolhida, após a fase hospitalar de tratamento cujo sucesso, unanimemente, é desejado por todos. Por meios infelizes, digamos assim, o MDB acabou a caminho de uma renovação radical, muito embora com um componente familiar (caso dos Vilelas), mas de qualquer forma introduzindo dentro do partido, depois de mais de 40 anos de revezamento entre Iris e Maguito, uma espécie de sangue novo e fortificadamente reoxigenado. É a marcha inelutável da História, levando a uma reviravolta nunca vista em Goiás, na medida em que o MDB é o partido de maior longevidade na luta pelo poder no Estado, há décadas enfronhado, a favor ou contra, nas definições das políticas públicas para a população. Todo esse capital político, agora, pertence a Daniel Vilela, que tem apenas 37 anos (faz 38 em outubro) e prenuncia para ele um futuro brilhante no palco principal das decisões que afetam e afetarão a qualidade de vida das goianas e dos goianos. Como nunca, será necessária uma dose cavalar de equilíbrio e moderação, que, aliás, o filho e herdeiro político de Maguito tem demonstrado ter adquirido depois da tragédia que levou o seu pai.
PSDB PODERIA EVITADO A PAULADA DE CAIADO SOBRE “MUDAR O NOME DA CORRUPÇÃO”
O PSDB estadual, através das suas parcas e escassas lideranças que sobreviveram após o desastre da eleição de 2018, poderia evitar as pauladas que o governador Ronaldo Caiado desfere periodicamente sobre o partido e seus representantes, como fez, nesta semana, ao responder à crítica de que estaria mudando os nomes dos programas sociais tucanos: “Eu não mudei o nome da corrupção em Goiás, eu combati a corrupção”. Isso atinge em profundidade o partido e recoloca em cena o seu legado de escândalos e desvios de recursos, tônica dos seus últimos anos de poder – que levaram até suas maiores figuras, Marconi Perillo e José Eliton, a passar por enormes constrangimentos judiciais e policiais, um com a prisão decretada pela Justiça Federal e outro com a detenção solicitada pelo Ministério Público Federal. Caso tivesse foco em uma crítica de conteúdo quanto as ações do governo, o PSDB certamente se sairia melhor, mas, ao ficar na superfície, sem argumentos, desce as calças para apanhar de chicote na bunda. Se continuar alimentando com os seus erros e equívocos o discurso de moralidade e honestidade de Caiado, os tucanos de Goiás vão beirar a extinção na eleição do ano que vem.
PROGRAMA MÃES DE GOIÁS APAGA EM DEFINITIVO A LEMBRANÇA DO PSDB
O programa de transferência de renda lançado pelo governador Ronaldo Caiado, o Mães de Goiás, coloca no chinelo o extinto Renda Cidadã do ex-governador Marconi Perillo – a começar pelo valor mensal que será pago aos beneficiários, um mínimo de R$ 250 reais, contra os R$ 70 reais do auxílio tucano, que morreu por desinteresse dos contemplados em sacar o adjutório. Politicamente, o Mães de Goiás tem uma superioridade inconteste, seja pelo momento estratégico, a mais ou menos um ano da eleição, seja pelo foco no público feminino em vulnerabilidade, algo que respira modernidade e atende a uma onda mundial de valorização da mulher. Do ponto de vista das políticas sociais, é o ponto alto da gestão de Caiado e talvez a passada final de borracha no que havia de lembrança dos antigos governos do PSDB, que agora passam a constituir um passado distante e atrasado.
VICE-PREFEITO VILMAR MARIANO ESTÁ CONVENCIDO DE QUE VAI ASSUMIR
O vice-prefeito de Aparecida Vilmar Mariano, o Vilmarzim, circula mais animado do que nunca com a possibilidade de assumir o cargo no ano que vem, depois de uma eventual renúncia do titular Gustavo Mendanha para assumir uma candidatura ao governo do Estado. Veja essa: Vilmarzim garante que Mendanha só estaria esperando uma palavra oficial do presidente estadual do MDB Daniel Vilela, definindo-se publicamente a favor de uma aliança entre o partido e o DEM, com o consequente apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado e a candidatura do próprio Daniel a vice. Isso acontecendo, procuraria imediatamente um novo partido, para viabilizar a sua postulação. Quem escuta a conversa sai com a impressão de que se trata muito mais de uma vontade – ou sonho – de Vilmarzim do que uma possibilidade real baseada em alguma informação concreta.
VAI FALTAR FÔLEGO PARA A OPOSIÇÃO ENFRENTAR A ELEIÇÃO DE 2022
Com a tendência do MDB, PSD, Republicanos, PSL e PP de alinhamento com a reeleição do governador Ronaldo Caiado, a oposição perde o fôlego para as eleições se 2022 – obrigando-se a se lançar em uma aventura baseada nos partidos de esquerda, historicamente fraquíssimos eleitoralmente em Goiás, mais o desgastado e fragilizado PSDB e o nanico Patriota, cujo dirigente mor Jorcelino Braga repete todo dia que, com Marconi, a sua sigla jamais se sentará. Caiado, se conseguir montar a chapa da reeleição com esses cinco partidos, mais o DEM, dará um passo gigantesco para a conquista de mais um mandato, ainda que perca um ou outro, o que vai depender muito dos seus esforços e da sua disposição para a negociação política – algo que, em determinados momentos e quanto a certas concessões, o governador já revelou ser intransigente na manutenção dos seus princípios morais e conceitos éticos.
MARCON ENFIOU NA CACHOLA DE MENDANHA QUE ELE SERIA O “MENINO DE APARECIDA”
Quando estava no poder, o ex-governador Marconi Perillo costumava ser rápido e resumido nas conversas por telefone, em especial quando a ligação não decorria da iniciativa dele. Esse habito mudou: o tucano, agora, seja ou não o autor da ligação, não se despede e prolonga indefinidamente o diálogo, como que necessitado de interação e de ouvidos para o que tem a dizer. A obsessão de Marconi, no momento, é montar um projeto de oposição para enfrentar a reeleição do governador Ronaldo Caiado em 2022, tendo um candidato minimamente viável, que ele, hoje, acredita que seria o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha – em cuja cachola conseguiu plantar a tese de que poderia repetir o fenômeno que ele mesmo, Marconi, protagonizou em 1998 como o “moço da camisa azul” que derrotou o então consagrado e todo poderoso Iris Rezende. Mendanha gostou. Tanto que passou a referir-se a si mesmo como o “menino de Aparecida”, tentando ver se a cognominação pega a seu favor. Parece mais, no entanto, uma piada.
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