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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 09 De Setembro De 2021

09/09/2021 às 12h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CAIADO TEVE A SORTE DE SE LIVRAR DE BOLSONARO DURANTE OS EMBATES EM TORNO DO CORONAVÍRUS

O governador Ronaldo Caiado foi bafejado pela sorte ao se livrar, por conta da sua reação negativa à omissão e loucuras anticientíficas do presidente Jair Bolsonaro, de uma companhia que, vê-se, tem mais potencial para atrapalhar do que para ajudar na sua recondução a mais um mandato – acrescentando a ele uma margem de segurança contra algum efeito deletério tardio, ainda que a tradição eleitoral de Goiás indique com segurança que pleito presidencial não tem desdobramentos expressivos entre o eleitorado goiano. Caiado pode até se envolver em alguma articulação nacional para o lançamento de um candidato de centro, sob a liderança do DEM, ainda mais caso venha a se concretizar a sua fusão com o PSL, o que criaria uma agremiação partidária tão poderosa quanto capaz de bancar uma alternativa viável tanto para Bolsonaro quanto para o ex-presidente Lula, mas isso não se refletiria na sua campanha. Aliás, o governador de Goiás poderá até ser chamado a se integrar à chapa, na condição de vice-presidente, pela representatividade do seu nome em matéria de postura anticorrupção, de defesa do agronegócio e agora de paladino do combate à Covid-19. Mas é fácil antecipar que ele jamais aceitaria uma convocação dessa natureza, preferindo – corretamente – se dedicar à busca da reeleição e à finalização do seu projeto administrativo para o Estado.

LISSAUER VIEIRA NO PP E PP NA BASE DE CAIADO: É ESSE O JOGO, CERTO?

Se o presidente da Assembleia Lissauer Vieira se filiar ao PP, o que só poderá fazer com segurança jurídica por ocasião da janela partidária de março do ano que vem, não restarão dúvidas de que o partido, com ou sem representação na chapa majoritária, irá se perfilar com a reeleição do governador Ronaldo Caiado. Em se tratando de um político sério e responsável, Lissauer já assegurou que a sua saída do PSB é irreversível, porém tendo como destino um partido perfeitamente integrado com a base de Caiado, para o que der e vier. O presidente estadual do PP Alexandre Baldy continua repetindo que ambiciona a vaga de candidato senatorial e que já recebeu sinalizações positivas de que poderá ocupa-la ao lado do atual governador, em 2022 – o que, para a maioria dos analistas, parece difícil em razão de fatores como ausência de densidade eleitoral, inexistência de perfil majoritário e principalmente os problemas, digamos assim, biográficos que levaram Baldy à condição de réu na Justiça Federal por desvio de recursos públicos. Tudo isso cria expectativas tanto quanto à decisão partidária futura de Lissauer Vieira como sobre o futuro posicionamento do presidente do Progressistas.

O POPULAR MOSTRA FALTA DE FIBRA E NÃO OPINA SOBRE O 7 DE SETEMBRO

O Popular passou pela cobertura dos atos antidemocráticos promovidos pelo bolsonarismo, no 7 de setembro, sem opinar. Enquanto toda a imprensa brasileira repudiou, em uníssono, os discursos do presidente da República e a sua estratégia de confrontação para forçar uma ruptura institucional, o diário da família Câmara – na qual, curiosamente, em mais de 80 anos de circulação, não surgiu um só jornalista profissional ou sequer um curioso – ignorou a gravidade do momento vivido pelo país e preferiu publicar um noticiário morno. Nem antes nem depois, o seu pequeno e tradicionalmente insosso editorial, na página 2, abordou o assunto, preferindo falar de mortes violentas e da queda do nível freático do rio Meia Ponte. De certa forma, omitindo-se assim, O Popular assume-se... bolsonarista.

CARTA DE MENDANHA, FELIZMENTE PARA ELE, ESTÁ SUSPENSA ATÉ SEGUNDA ORDEM

A carta que o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha prometeu entregar ao presidente do diretório estadual do MDB Daniel Vilela, defendendo a candidatura própria do partido a governador, não vai se materializar tão cedo, isso se um dia ela for de fato redigida, assinada e enviada ao destinatário. Dois fatores concorrem para confirmar que a missiva não passou de mais um blefe de Mendanha; 1) não há ninguém para assinar o texto, a não ser ele mesmo e alguns gatos pingados como o deputado estadual Paulo Cezar Martins e a Executiva do diretório municipal emedebista de Aparecida e 2) convenientemente, Mendanha aceitou um apelo de Daniel Vilela, na reunião em que se encontraram na casa do empreiteiro José Luiz Celestino, para suspender a ideia do documento enquanto os dois tentam evoluir nas conversações para alcançar um acordo, que não pode ser outro senão a concordância do prefeito aparecidense quanto ao apoio do MDB à reeleição do governador Ronaldo Caiado – respaldado pela maioria esmagadora da legenda. Adiar ou suspender a carta foi conveniente para Mendanha. Sem nomes de peso perfilando ao seu lado, ele preparava-se para recorrer ao expediente escapista de citar Maguito Vilela e Iris Rezende como defensores da candidatura própria em outras eleições, para dar alguma visibilidade e repercussão à sua iniciativa, na verdade fadada a expressar uma batalha perdida, caso se concretize.

TEJOTA NÃO SERÁ MAIS VICE POR TER PERDIDO O SIGNIFICADO DE 2018

Três condições básicas costumam justificar a escolha de um vice para todo e qualquer candidato a governador de Goiás, falando sério: 1) a significância do nome, característica que costuma ser momentânea, como foi o caso da indicação do então deputado estadual Lincoln Tejota para a chapa de Ronaldo Caiado, representando uma cisão, ainda que não muito forte, na base comandada na época pelo PSDB; 2)o critério geopolítico, que parte da integração com uma região de forte densidade eleitoral, a exemplo do presidente da Assembleia Lissauer Vieira, cotado para compor a chapa de Caiado exatamente em função da sua identificação com o Sudoeste Goiano; e 3) a filiação a um partido de peso, o que justifica a figuração do presidente estadual do MDB Daniel Vilela ao lado do atual governador em 2022. Em algumas situações, porém pouco comuns no caso da disputa pelo governo, costuma-se buscar também equilíbrio religioso, quando o cabeça de chapa é católico, por exemplo, e opta pela companhia de um evangélico como vice, fechando assim o campo cristão com a dobradinha. Tejota não se enquadra em nada disso.

COMPLEXO ABC DE COMUNICAÇÃO É ALGO SEM SENTIDO NO MUNDO MODERNO

Um regime de austeridade fiscal em Goiás, submetendo o governo do Estado a critérios de gestão financeira ainda mais rígidos que os atuais, liquidaria a Agência ABC, que consome uma fortuna em dinheiro do contribuinte a cada ano para manter a Televisão Brasil Central e as duas rádios Brasil Central. São veículos de comunicação anacrônicos, sem qualquer audiência, com centenas de funcionários pagos pelos cofres estaduais para nada, apesar do trabalho de qualidade excepcional do presidente atual Reginaldo Júnior, o melhor da curta história da ABC. O caso deveria ser de extinção pura e simples, já que concessões de televisão e rádio são inalienáveis: havendo desinteresse mantenedor, só cabe ser devolvidas à União. É o que deveria e um dia vai acontecer, diante de um ajuste fiscal radical, resumindo o Estado às suas funções de prestador de serviços públicos realmente de interesse da população e promovendo a economia de milhões de reais gastos para se manter de pé uma tradição apenas.

EM RESUMO

  • Daniel Vilela já tem em mão a manifestação dos 31 diretórios e 80 comissões provisórias municipais do MDB. De todos, apenas a seção do partido em Aparecida ficou contra o apoio à aliança com o DEM.

 

  • Sábado que vem, dia 11, tem encontro regional do PSDB em Posse, terra do ex-governador Zé Eliton. É preciso reconhecer a coragem tucana ao promover eventos, mesmo com o partido esvaziado.

 

  • As prefeituras de Goiânia e Aparecida, com Rogério Cruz e Gustavo Mendanha, tornaram-se o paraíso das consultorias milionárias, sem licitação. Anotem, leitoras e leitores: vai dar boró.

 

  • O deputado estadual Lucas Calil aposta no efeito positivo que as suas emendas impositivas de R$ 8 milhões, em processo de liberação pelo governo estadual, terão sobre a sua reeleição para o 3º mandato.

 

  • O prefeito de Catalão Adib Elias prometeu deixar o Podemos em julho, mas está no partido até hoje. Podem apostar: ele espera um convite de Daniel Vilela para se refiliar ao seu velho e querido MDB.

 

  • Com Adib Elias de volta ao MDB, os irmãos Elder e Onofrim Galdino (este prefeito de Ouvidor) serão obrigados a procurar outra legenda. A não ser que resolvam dobrar os joelhos para o prefeito de Catalão.

 

  • Crítica do deputado federal Glaustin Fokus ao prefeito Gustavo Mendanha: “É quem menos fez pela industrialização de Aparecida. Perde para Maguito Vilela, Ademir Menezes e até para José Macedo”.

 

  • O ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot desiludiu-se com a política. Sua mulher, Daírdes, e as duas filhas, Luciana e Lorena, não querem que ele venha a se candidatar novamente ou aceite cargos públicos.

 

  • Baixou nos deputados-delegados Humberto Teófilo e Eduardo Prado a preocupação com a reeleição: eles pararam de falar o governador Ronaldo Caiado na Assembleia e andam moderadíssimos.