HENRIQUE MEIRELLES PERDE TEMPO PRECIOSO PARA A AFIRMAÇÃO ORGÂNICA DA SUA CANDIDATURA
O ex-ministro e secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles parece ter adquirido alguma fluidez na sua movimentação política em Goiás, que vem se desenvolvendo de forma mais espontânea e natural, ainda tímida, contudo. Por ora, Meirelles tem priorizado os meios de comunicação, claro, com o objetivo de estabelecer um canal direto com a população, mas ainda está faltando o mais importante para uma pré-candidatura, nessa fase, que é o estofo político – ou seja, um trabalho estratégico no sentido de dar alguma organicidade para o seu projeto eleitoral, única saída para autenticar como legítima a sua postulação. Como se trata de um mandato majoritário, não basta apenas vontade e determinação pessoais, como também uma certa identificação com os anseios coletivos, notadamente as bandeiras mais gerais quanto ao futuro de Goiás, com o que uma cadeira no Senado Federal tem tudo a ver. É óbvio que ainda há muito tempo pela frente de Meirelles. Mesmo assim, ele já deveria investir em um esforço para se conectar da maneira mais legítima possível com a sociedade estadual e, especificamente, com setores segmentados como o empresariado e elites políticas como os deputados estaduais, que tem ignorado até agora.
RUIM PARA MENDANHA: AGENOR REZENDE CONFIRMA QUE ESTÁ COM CAIADO E DANIEL
Foi desmoralizante para o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha o recuo ou desmentido – qualquer uma das duas hipóteses dá no mesmo – do ex-governador Agenor Rezende quanto ao apoio que teria prestado à sua candidatura ao Palácio das Esmeraldas. Agenor Rezende avisou que segue fechado com o presidente estadual do MDB Daniel Vilela e, juntamente com o seu sobrinho Aleomar Rezende, prefeito de Mineiros, continua alinhado com a decisão majoritária das bases emedebistas quanto ao apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado e à chapa que terá Daniel Vilela como candidato a vice. Ficou ruim para Mendanha porque ele fez festa nas redes sociais, propagandeando um apoio que nunca existiu ou que não se confirmou, tanto faz. O episódio mostra que o caminho escolhido pelo prefeito de Aparecida será difícil e árduo, atapetado de pedras pontiagudas e espinhos. E confirma que não existe projeto eleitoral majoritário sem que esteja relacionado a um processo orgânico, quer dizer, de alguma forma social e politicamente representativo e não apenas resultado de uma decisão ou ambição pessoal.
CANDIDATURA DE RENATO CÂMARA SÓ SERVE PARA ATRAPALHAR LISSAUER
A candidatura do empresário Renato Câmara, que disputou e perdeu a prefeitura de Montividiu, no Sudoeste goiano, a deputado federal, é o motivo da insatisfação do presidente da Assembleia Lissauer Vieira com o presidente estadual do MDB Daniel Vilela. Renato é filho de Mauro Câmara, ilustre figura da região, que teve participação decisiva na emancipação de Montividiu. Hoje no MDB, aparentemente o empresário não tem chances de se eleger, mas prejudica, de alguma forma, a votação potencial de Lissauer até mesmo em Rio Verde. É um problemão que está aguardando a intervenção de Daniel Vilela.
JOÃO CAMPOS ESTÁ EM SITUAÇÃO DIFÍCIL E PODE ATÉ SAIR DO REPUBLICANOS
Apesar de figurar como liderança proeminente do Republicanos, o deputado federal João Campos não é da Igreja Universal, dona do partido e portanto não tem voz ativa nas decisões da legenda. João Campos é de uma das duas Assembleias de Deus, que fazem política principalmente via PSC, tendo como prioridade, em Goiás, a reeleição do deputado federal Glaustin Fokus. Isso significa que o deputado está em um limbo, no momento. Existe quem acredite em um processo de fritura, que estaria consumindo as chances de João Campos de impor a sua candidatura ao Senado como decisiva para a definição da aliança eleitoral que o Republicanos fará em 2022 – e que o prefeito de Goiânia Rogério Cruz já indicou que terá como foco a parceria com o governador Ronaldo Caiado. Nesse cenário, o deputado-delegado não teria alternativa a não ser disputar a reeleição, valendo como plano B contar com um lance de sorte para conquistar a vaga senatorial na chapa da reeleição de Caiado – hoje com tendência quase que irreversível para cair nas mãos do ex-ministro Henrique Meirelles. Anotem, leitoras e leitores: João Campos pode não ficar no Republicanos e aproveitar a janela partidária para procurar uma outra solução partidária para o seu futuro. Senão, pode encerrar a carreira.
EQUÍVOCO: CELEBRAÇÃO DO PASSADO CONTINUA NO DISCURSO DE MARCONI
O discurso do ex-governador de Marconi Perillo nas suas entrevistas, manifestações em redes sociais e vídeos que anda distribuindo pelo WhatsApp às mancheias, repetem o velho erro de rememorar as gestões passadas e propor uma comparação com a administração do governador Ronaldo Caiado. Não há equívoco maior: a política e seu objetivo prático superlativo, que é vencer as eleições, são factualizados com propostas para o futuro e não apontando para o retrovisor. A essência da campanha fracassada do PSDB em 2018 foi justamente se fixar na apresentação de um relatório das obras e programas implantados nos governos do partido, exigindo o voto de gratidão do eleitor, enquanto Ronaldo Caiado falava do que poderia ser Goiás se ele ganhasse a eleição – e venceu com facilidade, no 1º turno, enquanto seus principais adversários perdiam tempo rememorando supostas glórias de antigamente. Espanta que, diante de tudo isso e de um fiasco tão acentuado como o do último pleito para o governo, Marconi siga insistindo nessa argumentação saudosista de que, um dia, algo foi feito de bom pelo povo de Goiás e que isso deveria ser comparado com o que se faz hoje. Ninguém se interessa e nem muito menos a maioria se lembra, dada a velocidade da circulação de informações no mundo moderno.
ADIA ELIAS CONTINUA NA MOITA, AGUARDANDO SOLUÇÃO PARA O SEU CASO
Em rigoroso silêncio obsequioso, o prefeito de Catalão Adib Elias aguarda os desdobramentos das conversas já encaminhadas para a sua conciliação com o presidente estadual do MDB Daniel Vilela, tendo como embaixador o deputado federal José Nelto. De certa forma, Adib espera ser regiamente recompensado caso venha a engolir Daniel na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado, depois de ter sido humilhado com a expulsão do MDB por não ter apoiado a candidatura emedebista na eleição majoritária de 2018. A sua mulher, Adriety Elias, ex-deputada estadual, aguarda nomeação para a equipe de Caiado, provavelmente na Secretaria de Desenvolvimento Social. E ele, Adib, quer receber o controle dos diretórios do MDB em Catalão e nos municípios do Entorno, mais de 10. Não é pouco, mas é o preço que está sendo cobrado e, se não for pago, pode levar a um quiproquó dentro da base de apoio governista. Por ora, estão todos os envolvidos na expectativa, apalpando com cuidado o terreno, mas existe impaciência: a solução não pode demorar mais.
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