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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 09 De Fevereiro De 2023

09/02/2023 às 11h19


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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PIB “chinês” de Caiado, em 2022, teve expansão maior que o da própria China

A economia goiana “explodiu” em 2022: a taxa de crescimento do PIB estadual é o destaque dos últimos 10 anos, superando 5%. O Brasil, enquanto isso, crava 2,7%. A China, conhecida pelos seus recordes quanto a esse indicador, não chegará a 3%.

De cara, o desempenho do PIB comprova: o governador Ronaldo Caiado acertou nas medidas restritivas corajosamente adotadas no auge da propagação da Covid-19, salvando vidas preciosas sem comprometer o futuro do mundo dos negócios em Goiás, conforme apregoava o empresariado bolsonarista. Na verdade, o pós-pandemia revelou, pelo menos para Goiás, um ganho compensatório excepcional na retomada – suficiente para cobrir as perdas inevitáveis da desaceleração forçada dos negócios que ajudou a conter as mortes pelo coronavírus.

Caiado pouco fala em desenvolvimento econômico. Não precisa. O vigor da indústria, do agro e do setor de serviços está à vista de todas as goianas e de todos os goianos, além de confirmado pelas estatísticas. A prioridade do governador, para o segundo mandato, é a redução da pobreza e uma melhor justiça social no Estado. Esse é o foco dele, corretamente. O governo Lula também tem essa determinação: três refeições à mesa, todos os dias, no mínimo, para as brasileiras e os brasileiros que vivem em vulnerabilidade. E tudo o que decorre daí: saúde, educação, segurança e empregos. A agenda do novo mandato é claramente essa.

Goste-se ou não de Caiado, não há como negar que ele implantou um ciclo virtuoso em Goiás. Indo mais longe: plantou sementes para um avanço muito maior até 2026. As amarras herdadas do passado talvez tenebroso foram cortadas e agora é a hora de deslanchar. A espetacular expansão de 5% do PIB testemunha com eloquência essa coleção de certos.

PL goiano: sem lugar no Congresso e ameaçado de cassação

Gayer, Magda, Alcides e Agrobom: situação política difícil e complicada

Legenda com as maiores bancadas no Senado e na Câmara, o PL desandou: acima da metade dos seus parlamentares defende hoje uma aproximação com o governo Lula e o isolamento da sua fração bolsonarista, ou seja, a maioria é a favor de um partido mais Centrão e menos extremista.

É por isso que Valdemar Costa Neto, o tortuoso presidente nacional, decidiu entregar o comando do PL em Goiás ao senador eleito Wilder Morais. Wilder é bolsonarista? É, mas não radical. Ao contrário, é moderado e não é exagero afirmar: só se perfilou ao lado dos fanáticos, durante a campanha, por oportunismo eleitoral. Uma grande jogada, que valeu a ele o mandato senatorial.

Nessa nova realidade, acabaram deslocados todos os quatro deputados federais eleitos em 2022. Gustavo Gayer, principalmente. Um pouco menos, Magda Mofatto, Prof. Alcides e Daniel Agrobom. Porém, todos na mesma canoa furada. Aos esses últimos se conscientizam de que é burrice insistir em um caminho cujo líder maior, Jair Bolsonaro, entrou em derretimento acelerado a partir do dia seguinte à derrota nas urnas. Mesmo assim, Magda, que, queria voltar a dirigir o partido em Goiás, foi descartada.

Para piorar o que já está ruim, paira sobre o quarteto do PL em Goiás a ameaça de cassação dos seus mandatos, já em análise pela Justiça Eleitoral quanto ao descumprimento da cota mínima de mulheres na chapa registrada no ano passado. Os três deputados estaduais estão igualmente em risco (Major Araújo, Paulo Cézar Martins e Delegado Eduardo Prado). A lambança do Major Vitor Hugo, na época presidente estadual da sigla, foi homérica, amontoando ostensivamente irregularidades que agora podem ter efeito negativo real. O PL estadual, em resumo, mesmo tentando encontrar um rumo com Wilder Morais, está com os seus deputados federais em xeque, sem solução à vista.

“Não estou disputando mais nenhum cargo em Goiás”

Fala de Caiado anunciando que não vai mais concorrer a eleições diz respeito só ao Estado, não ao país

Atenção, leitoras e leitores: passou despercebida uma fala muito relevante do governador Ronaldo Caiado, durante um recente evento dedicado aos deputados estaduais eleitos, no Palácio das Esmeraldas, quando sinalizou com 100% de clareza para o seu futuro pessoal e político.

“Quero governar sem nenhuma pretensão de disputar com nenhum de vocês. Fiquem tranquilos: eu sou aliado de vocês. Não estou disputando mais nenhum cargo no Estado de Goiás, vocês podem ficar tranquilos”, disse de repente, literalmente, o governador, em meio ao discurso de boas-vindas e de resumo das realizações e metas do seu primeiro governo e do novo.

Não dá para ignorar.  Segundo Caiado, de viva voz, portanto, ele não será candidato a senador ou qualquer outro mandato eletivo estadual. É o que quer dizer a frase: “Não estou disputando mais nenhum cargo no Estado de Goiás”. Qual a leitura subjacente? Sim, inequivocamente está de olho na disputa pela presidência da República em 2026.

Isso bate com o que o governador vem dizendo em colóquios com os poucos políticos chegados. O Palácio do Planalto é a próxima meta, em uma eleição em que a direita democrática ou mais ou menos já tem uma fila de pretendentes – Tarcísio Freitas, Simone Tebet, Romeu Zema e Geraldo Alckmin, dentre outros. Caiado tem cacife para entrar nessa elite. Já foi candidato a presidente, em 1989. Trinta anos depois, parece sentir que está pronto para voltar a tentar um salto dessa magnitude. Mas é uma ponte em construção e muita água vai rolar por baixo.

Vale repetir, para fixar, as palavras de Caiado: “Não estou disputando mais nenhum cargo no Estado de Goiás”. Anotem aí.

Agro entrou numa fria ao mergulhar no bolsonarismo radical

Aos poucos, fica cada vez mais claro: o agro brasileiro – e em especial o goiano – tomou uma das decisões mais equivocadas da sua história ao mergulhar de cabeça no bolsonarismo obscurantista e atrasado que acabou derrotado nas eleições passadas.

No fechamento das contas de 2022, até haverá algum crescimento da agricultura em termos de participação no PIB, tanto nacional quanto estadual, mas os números soarão péssimos para a pecuária, que vai despencar entre 6 e 10% em todas as suas frentes de produção em Goiás – bovinos, frangos, suínos e leite. Para 2023, a previsão do tempo é de turbulência e instabilidade. E com um complemento preocupante: o setor perdeu a simpatia do governador Ronaldo Caiado, ao escolher apoiar a candidatura do Major Vitor Hugo, um estranho no ninho sem a menor noção da realidade da economia e do dia a dia das goianas e dos goianos e mesmo assim ficou em terceiro lugar na corrida pelo Palácio das Esmeraldas.

Uma consequência do rompimento com Caiado foi a remoção dos privilégios tributários da agropecuária, já no final de 2022, com a criação da contribuição do agro e também o encerramento da parceria entre a Agrodefesa, órgão do governo do Estado, e o Fundepec, uma instituição privada que tinha a vida facilitada ao pegar carona na estrutura oficial de arrecadação para abastecer as suas arcas sem dar satisfação a ninguém do destino do dinheiro.

Pior, muito pior, é o que já começou a acontecer em nível federal, ou seja, a partir da presença de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente. A maioria das cabeças pensantes do agro, na verdade, é troglodita e tem horror a políticas ambientais, o que foi amplamente demonstrado durante a presidência de Jair Bolsonaro. Agora, chegou o momento do reverso da moeda. Em prazo recorde, o país caminha para uma atualização das regras para a preservação da natureza, padrão mundial. Não existem quaisquer dúvidas de que defender a produtividade do campo acima de tudo logo, logo será uma aposta sem o menor futuro. Em Goiás e no Brasil.

Responsabilidade fiscal em Goiás é atestada pela nota Capag B

Desde a sua instituição, o ranking da qualidade fiscal do Estados elaborado pelo Tesouro Nacional nunca havia conferido a Goiás uma nota como a obtida neste fim de ano pelo governador Ronaldo Caiado – a Capag B. Acima, lógico, existe a Capag A, mas é quase a mesma coisa, tanto que igualmente os dois níveis permitem o acesso a novos empréstimos com garantia da União.

A classificação atesta o desempenho espetacular de Caiado na reorganização das finanças estaduais, basicamente a conquista do equilíbrio entre receitas e despesas (que nunca existiu antes em governo algum). Depois de receber o Estado em situação de calamidade, com mais de duas folhas em aberto, com os consignados em atraso, mais de 4.600 fornecedores na fila para receber, formando uma dívida de curto prazo de R$ 6 bilhões e apenas R$ 11 milhões no caixa, o governador operou um milagre, simbolizado agora pela Capag B.

Não à toa, no site do Tesouro Nacional as notas C e D (Goiás estava a caminho dessa última quando Caiado assumiu) são grafadas em vermelho, enquanto as A e B aparecem em azul, cores óbvias cujo significado as leitoras e os leitores conhecem bem.