“NOMEAÇÃO” DE ZÉ ELITON PARA PRESIDIR O PSDB É O ÚLTIMO RECURSO PARA MARCONI SOBREVIVER
Ao nomear o ex-vice e ex-governador Zé Eliton para a presidência do PSDB goiano, depois da deserção do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, o que o ex-governador Marconi Perillo fez foi uma última tentativa de sobrevivência em meio aos obstáculos imensos que se acumulam à sua frente no cenário político estadual. Fez isso para garantir a utilização conveniente dos recursos que o Fundo Partidário repassa mensalmente ao diretório, variando entre R$ 100 e 150 mil reais, dinheiro precioso em um momento de vacas magras, e, segundo, para convergir todo o poder do partido, embora cada vez menor e sem importância, para a viabilização da sua candidatura a deputado federal – dificílima diante do seu isolamento e da perda irrefreável de bases municipais em andamento desde o fiasco eleitoral de 2018. Em resumo, é dramática a situação política do ex-governador tucano, disposto a tudo para se manter em evidência e desesperado para recuperar a projeção que teve durante 18 anos de glórias em Goiás que o vento levou. Esse patrimônio, que desapareceu pelo ralo da noite para o dia, diluiu-se após a sequência de escândalos de corrupção envolvendo figuras graduadas do governo do Estado e depois do desfecho das investigações policiais com a prisão de Marconi pela Polícia Federal e em seguida pelo pedido de detenção de José Eliton.
“NOVA POLÍTICA” DOS JOVENS DEPUTADOS NÃO DEU CERTO E VIROU “VELHA POLÍTICA”
Alguns deputados estaduais da atual Legislatura foram eleitos depois de se apresentar como representantes da “nova política” e de sugerir, na campanha, que poderiam desenvolver um novo paradigma de atuação política, ligadas a conteúdo e ideias avançadas e não apenas vinculada à manutenção das suas bases para garantir reeleições infinitas. Pois bem: quem acabou representando a “nova política” foram parlamentares que não exatamente se apresentaram dentro dessa concepção, como, por exemplo, o presidente Lissauer Vieira, hoje com uma atuação pela governabilidade e pelo Estado em tudo diferente de todos os seus antecessores. Entre a juventude do Poder Legislativo, nomes como Gustavo Sebba (PSDB), Lucas Calil (PSD), Humberto Teófilo (PSL) ou Cairo Salim (PROS) acabaram se pautando por um trabalho parlamentar convencional e sem criatividade. Não só eles, há mais, que nem compensa citar aqui. Nenhum deles foi eleito ou reeleito para fazer mais do mesmo, pelo menos conforme o que prometeram, mas é o que acabaram mostrando, ou seja, um comportamento mais de “velha política” do que qualquer outra coisa. É frustrante.
PSD DEVE SE REUNIR EM BREVE PARA DECIDIR SOBRE APOIO A CAIADO
O senador Vanderlan Cardoso deixou escapar que uma reunião será convocada nos próximos dias com as cabeças que decidem no PSD, para resolver sobre a aproximação com o governador Ronaldo Caiado. Pouca gente tem assento nessa mesa: ele, Vanderlan: Vilmar Rocha, o presidente estadual; o banqueiro Henrique Meirelles, por videoconferência; o deputado federal Francisco Jr; o deputado estadual Lucas Calil; e as vereadoras Lucíula do Recanto e Sabrina Garcez. Atenção: sendo esses os votantes, fica fácil deduzir que o veredito será pró-Caiado.
JÂNIO DARROT CANDIDATO A GOVERNADOR PELO PATRIOTA É NOTA DE 3 REAIS
O ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot nunca foi bom de política. Ele é melhor com dinheiro, depois de se transformar em um dos empresários mais bem sucedidos da história de Goiás, hoje uma das 10 maiores fortunas do Estado, ancorada no ramo das confecções e no confinamento de duas dezenas de milhares de bois. Alguém dirá: mas ele foi eleito deputado mais votado em 2010 e em seguida conquistou dois mandatos como prefeito de Trindade. Sim, é verdade. Mas em 2010 ele foi o candidato que mais investiu na campanha, em todo o país, ganhando destaque na 1ª página da Folha de S. Paulo pela gastança eleitoral sem limites. E, em Trindade, foi beneficiado pela influência do padre Robson, com o qual, como se viu pelas investigações do Ministério Público e da polícia, tinha negócios milionários. Podem apostar, leitoras e leitores: a candidatura a governador pelo Patriota, anunciada depois que ele “desertou do PSDB”, não vai dar em nada. É só uma ilusão que o presidente estadual do partido Jorcelino Braga vendeu e ele, ingenuamente, comprou. Jânio Darrot disputando o governo será igual cédula de 3 reais: nunca ninguém viu nem verá jamais.
IRIS EXAGEROU AO DIZER QUE DEIXAVA A PREFEITURA SEM DÍVIDAS E COM DINHEIRO EM CAIXA
O prefeito Iris Rezende exagerou nos elogios que fazia e continua fazendo à sua gestão na prefeitura de Goiânia. Ele cansou-se de repetir que transferiria ao seu sucessor uma máquina administrativa organizada e “sem um centavo de dívida”, além de R$ 1,2 bilhão em caixa. Não foi bem assim. Há empréstimos, por exemplo, que vencem já neste ano, em valor superior a R$ 150 milhões de reais, pressionando negativamente o caixa do Paço Municipal. O nome disso, pelo que se sabe, é “dívida”. E não é coisa de centavos, mas, ao contrário, um pesado encargo para qualquer governante. Rogério Cruz vai penar para pagar a conta, depois de rapar o tacho e não encontrar os tais R$ 1,2 bilhão deixado por Iris. É ficção. Tanto que as obras inacabadas da administração passada continuam paralisadas e tão cedo não serão retomadas, por falta de dinheiro.
O NOVO SANDRO MABEL É A FAVOR DA VIDA E DOS CUIDADOS PREVENTIVOS DIANTE DA COVID-19
Uma das vozes que mais combateu em Goiás as medidas de prevenção sanitária contra o novo coronavírus, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás – FIEG Sandro Mabel mudou radicalmente de posição. O homem agora é humanitário, a favor do lockdown parcial decretado em Goiânia e Aparecida, além de defender o máximo de cuidado possível diante da pandemia. “Estamos preocupados com a saúde dos nossos funcionários, das nossas famílias”, chegou a dizer aos jornais, depois de se mostrar insensível, por exemplo, quando no passado condenou o atendimento em Goiás aos brasileiros extraídos da China no início da peste. Olha só o tamanho da conversão de Mabel ao humanitarismo: “As empresas estão morrendo, mas se tiver que manter tudo fechado, que se mantenha”, afirmou à rádio Sagres. É uma mudança e tanto.
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