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COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 08 De Fevereiro De 2020

08/02/2021 às 06h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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MOMENTO EM GOIÁS É DE OPOSIÇÃO DESNORTEADA E SEM SABER COMO SE PREPARAR PARA A ELEIÇÃO DE 2022

A oposição em Goiás, além não ter um projeto alternativo para o Estado, também não tem sorte e perdeu o rumo com a morte do prefeito de Goiânia Maguito Vilela, que nem mesmo poderia ser chamado de líder oposicionista, mas de alguma forma, através da projeção do seu peso político no filho Daniel Vilela, encarnaria uma possibilidade de mudança futura – embora às custas de 40 anos de mais do mesmo, em que ele, Maguito, e Iris Rezende se alternaram no aproveitamento das chances que se apresentaram para o MDB. Outra morte, essa política, a do ex-governador Marconi Perillo, ajudou a enfraquecer ainda mais a hipótese de um enfrentamento à altura para a reeleição do governador Ronaldo Caiado, cada vez mais inevitável diante do andamento correto e decente do seu governo e da bem sucedida proposta de reconstrução do Estado. Hoje, Caiado tem aprovação elevada diante da combinação da sua biografia de intransigência com a corrupção com a reorganização financeira do governo, a sua racionalização administrativa e o encaminhamento de políticas públicas complexas como a da área de segurança, por exemplo, em que os resultados são simplesmente notáveis. Já o MDB está dividido entre iristas pró-Caiado e o grupo de Daniel Vilela, que desde o desaparecimento de Maguito aparenta não saber o que fazer e passou a correr desesperadamente através de garantias de que a prefeitura de Goiânia é sua e não do inesperado Rogério Cruz. Só que essa certeza não existe e não existirá jamais.

MAIORIA NA ASSEMBLEIA DEIXA DE SER QUESTÃO MATEMÁTICA E PASSA A SER POLÍTICA

Os números das bancadas do governo e da oposição na Assembleia, aparentemente, são delicados para o governador Ronaldo Caiado, ao revelar uma vantagem pequena – dado que se calcula que o Palácio das Esmeraldas tem o apoio de 23 deputados, com os 18 restantes atuando contra ou de forma independente, o que praticamente dá no mesmo, ou seja, fazendo oposição. Mas acontece que o jogo no Legislativo estadual mudou de conceito. Deixou de ser matemático, para se tornar essencialmente político. Até hoje, mesmo com as variações na sua sustentação na Assembleia, Caiado nunca deixou de aprovar nada do seu interesse, nem mesmo matérias polêmicas ou impopulares, como se acreditam ser, por exemplo, as que mexem com os chamados direitos do funcionalismo. Sistematicamente, o governador não perde em plenário, mesmo quando há necessidade de maioria qualificada ou dois terços dos deputados. Isso significa que o equilíbrio de forças – ou desequilíbrio – entre situação e oposição deixou de ser uma conta aritmética e passou a ser exclusivamente política, sob administração direta do presidente Lissauer Vieira e sob o efeito da sua influência pessoal sobre os colegas. Teoricamente, a vantagem de Caiado entre os 41 parlamentares aparenta ser frágil, mas na verdade é uma equação em que ele tem respaldo sólido para viabilizar o que é importante para o andamento da sua administração.

LANÇAMENTO DA CANDIDATURA DE MARCONI A DEPUTADO FEDERAL FOI PRECIPITADO

Não dá para compreender o lançamento da candidatura do ex-governador Marconi Perillo a deputado federal, em 2022, anunciado em uma reunião do diretório estadual do PSDB na semana passada, a um ano e nove meses da eleição. Houve precipitação, que acabou levando Marconi a entrar na linha de tiro, com os jornais publicando reportagens sobre as dificuldades que enfrenta com processos cíveis, penais e eleitorais – lembrando-se que, em qualquer um deles, uma sentença desfavorável em 2ª instância implicará na sua inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa. Políticos habilidosos não anunciam seus passos com tanta antecipação, muito menos em caráter oficial, ou seja, em um encontro do partido que não tinha jornalistas presentes e foi propositalmente divulgado através de releases da sua própria assessoria de imprensa. Faltou cautela e o resultado foram mais desgastes para o tucano-mor de Goiás, antigamente considerado um dos maiores estrategistas da política estadual, pelo menos com o governo nas mãos, mas agora parece ter esquecido o que aprendeu.

REAÇÃO DE DANIEL VILELA À CARTA DE PAULO CEZAR MARTINS: PORRETE OU FLORES?

A carta do deputado Paulo Cezar Martins queixando-se publicamente da falta de renovação do MDB em Goiás e do controle do partido para fins pessoais acabou mexendo com o presidente estadual Daniel Vilela. A reação pode vir de duas maneiras: 1) dentro do estilo antigo de Daniel, na base do porrete e através de retaliação e de perseguição ao parlamentar, como já fez com outros emedebistas que assumiram posições que o desagradaram, ou 2) mediante uma inédita postura de humildade e conciliação, com flores na mão, mostrando que Daniel aprendeu a lição do pai Maguito Vilela no sentido de fazer política com cordialidade e espírito de pacificação. Quando ao conteúdo da carta, Paulo Cezar Martins está coberto de razão: o MDB estadual é mesmo uma sigla atrasada, há 40 anos girando em torno dos mesmos nomes e de olho apenas em oportunidades de conquista do poder. Em tempo: a primeira hipótese é a mais provável.

DE PARTIDO DOMINANTE DURANTE 20 ANOS, PSDB GOIANO CAIU PARA GRUPO DE GATOS PINGADOS

Como é que um partido que mandou gloriosamente em Goiás por 20 anos cai para uma posição de insignificância política em apenas dois anos? E, pior, aprofunda a sua decadência ao mostrar a sua completa falta de rumo, sem se preocupar com qualquer tipo de renovação ou de discussão de ideias para o futuro do Estado, pelo menos a ponto de provar que o exercício prolongado do poder serviu para alguma coisa? O PSDB goiano reuniu os seus cacos há poucos dias. Deu para notar que sobraram mais ou menos 10 heroicos gatos pingados, entre eles os ex-governadores Marconi Perillo e Zé Eliton. Foi sobre eles, mais o atual presidente estadual Jânio Darrot, que a discussão dos tucanos girou. Nomes, enfim, não propostas. Marconi quer ser deputado federal em 2022. Zé está sendo “convocado” para presidir o partido com o fim do mandato de Jânio, que, quem sabe, pode ser candidato a governador na próxima eleição (projeto, cá entre nós, leitora e leitor, sem a menor viabilidade, dada a inexpressividade do PSDB depois do massacre nas urnas de 2018 e do aniquilamento trazido pela eleição municipal de 2020). Algumas figuras menores, como a ex-deputada Eliane Pinheiro e o ex-prefeito de Hidrolândia Paulo Sérgio Rezende, sonham com mandatos de deputados estaduais. Foi só isso, mais nada.

EM RESUMO

  • Em Goianésia, na inauguração da Policlínica, o deputado federal José Nelto voltou a lançar o prefeito de Catalão Adib Elias para a vice de Ronaldo Caiado na chapa da reeleição. O atual vice Lincoln Tejota estava presente.

 

  • A questão das obras inacabadas deixadas por Iris Rezende em Goiânia está se complicando, ainda vai dar pano pra manga e pode acabar abrindo brechas no relacionamento entre o ex-prefeito e o seu sucessor Rogério Cruz.

 

  • Renato de Castro, ex-prefeito de Goianésia que deve assumir a presidência da Codego, não será candidato a deputado estadual em 2022 e sim a deputado federal, pelo DEM ou pelo Podemos, decisão que ainda não foi tomada.

 

  • Se o prefeito Rogério Cruz fechar com o governador Ronaldo Caiado, a chapa da reeleição em 2022 poderá ter o deputado federal João Campos, do Republicanos, na vaga de vice. Anotem, leitoras e leitores: não é difícil de acontecer.

 

  • A hora e meia de conversa reservada entre o governador Ronaldo Caiado e o ex-prefeito Iris Rezende, na semana passada, esquentou as orelhas da classe política, mas muito dentro do MDB e em especial do presidente estadual Daniel Vilela.

 

  • Assim que se abrir uma janela partidária, o deputado estadual Bruno Peixoto saiu do MDB e vai para o DEM, enquanto o federal Célio Silveira abandona o PSDB e retorna imediatamente ao DEM. Deve ocorrer no 1º semestre de 2022.

 

  • Fora medidas populistas e socialmente inócuas como IPTU Social e Renda Família, que vão beneficiar um número insignificante de pessoas, a gestão do prefeito Rogério Cruz está no vácuo e ainda não disse a que veio.

 

  • Se o presidente Jair Bolsonaro não reativar o auxílio emergencial, o governador Ronaldo Caiado pode, sim, criar algo parecido em Goiás, enquanto persistir a pandemia do novo coronavírus. Os estudos já estão prontos.

 

  • Para o prefeito Rogério Cruz, “cidade inteligente” é o mesmo que espalhar câmeras de videomonitoramento Goiânia afora, a exemplo do que fez Gustavo Mendanha em Aparecida. Só que não é nada disso. O conceito é muito mais amplo.