PROPOSTA DE MENDANHA PARA A ALIANÇA COM MARCONI É QUE O COMANDO SERÁ SEU
Já mudou a conversa do entorno do prefeito Gustavo Mendanha, em Aparecida: seus acólitos, que antes reclamavam das notícias adiantando uma possível proximidade com o ex-governador Marconi Perillo, agora falam abertamente que não há nada demais nessa relação e que ela se dará com o tucano aceitando o comando de Mendanha e não o contrário, não havendo, portanto, o que temer. Tudo isso é sinal de que em breve, muito brevemente mesmo, os dois aparecerão em público, já em um estágio avançado de conversas – com Mendanha reconhecendo que o PSDB, mesmo com toda a debilidade e fraqueza do partido e mesmo com todos os problemas que cercam Marconi – é indispensável para dar algum estofo para a sua “frente de oposição” ou o que quer que seja, em 2022, contra a reeleição do governador Ronaldo Caiado. É questão de tempo.
PROPOSTA DE RETORNO DO PROGRAMA RENDA CIDADÃ MOSTRA IGNORÂNCIA
O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha defende a volta do Renda Cidadã criado por Marconi Perillo, sem saber que o programa acabou por falta de funcionalidade: os beneficiários não se interessavam em ir ao caixa eletrônico para sacar os $ 70 a 100 reais do auxílio mensal. Em consequência, meses de repasse do Tesouro Estadual aos bancos, quando o governador Ronaldo Caiado assumiu, estavam acumulados e parados (no final, os fundos foram devolvidos ao governo). Além disso, havia falha no cadastro, que foi aos poucos se desatualizando e perdendo as referências. O Renda Cidadã não passava de uma pálida sombra do que foi quando começou. Mendanha precisa estudar melhor os assuntos antes de sair por aí falando besteiras. O Mães de Goiás, lançado por Caiado, com ajuda na faixa de R$ 250 por mês para as mulheres chefes de famílias, tem muito mais consistência e está caminhando para chegar rapidamente a 100 mil cartões distribuídos.
PROGRAMA MÃES DE GOIÁS APAGA EM DEFINITIVO A LEMBRANÇA DO PSDB
O programa de transferência de renda lançado pelo governador Ronaldo Caiado, o Mães de Goiás, coloca no chinelo o extinto Renda Cidadã do ex-governador Marconi Perillo – a começar pelo valor mensal que será pago aos beneficiários, um mínimo de R$ 250 reais, contra os R$ 70 reais do auxílio tucano, que morreu por desinteresse dos contemplados em sacar o adjutório. Politicamente, o Mães de Goiás tem uma superioridade inconteste, seja pelo momento estratégico, a mais ou menos um ano da eleição, seja pelo foco no público feminino em vulnerabilidade, algo que respira modernidade e atende a uma onda mundial de valorização da mulher. Do ponto de vista das políticas sociais, é o ponto alto da gestão de Caiado e talvez a passada final de borracha no que havia de lembrança dos antigos governos do PSDB, que agora passam a constituir um passado distante e atrasado.
SITUAÇÃO FISCAL DO ESTADO CHEGA A 2022 EM EQUILÍBRIO HISTÓRICO
Confirmando as previsões e avaliações desta coluna, o orçamento do Estado para o ano que vem, último do atual mandato do governador Ronaldo Caiado, contempla uma inédito e histórico equilíbrio entre receitas despesas. Em décadas, é a primeira vez que isso vai acontecer. Caiado, que assumiu o governo sem experiência executiva anterior, acabou conseguindo uma situação fiscal que, de certa forma, assemelha-se a um mar de rosas, ainda mais com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, que vem aí, a cereja do bolo da estabilidade financeira do caixa estadual. De certa forma, o RRF seria até dispensável, depois que o governador fez o dever de casa, enxugou despesas e implantou a mais austera gestão de que jamais se viu antes em Goiás. Mas o seu advento trará vantagens quanto ao pagamento das parcelas da dívida e diante da possibilidade de liberação de autorização da Secretaria do Tesouro Nacional para novos empréstimos – e aí o cenário para obras a partir do ano que vem será simplesmente espetacular. Só esse trabalho de Hércules justifica a reeleição de Caiado.
MENOR QUE O CARGO, LINCOLN TEJOTA AINDA PODE DAR SORTE
O vice-governador Lincoln Tejota vive uma das situações mais constrangedoras que já se viu na política estadual, as perder as condições de continuar na chapa do governador Ronaldo Caiado que vai disputar a reeleição no ano que vem. Isso, até então, nunca aconteceu em Goiás. Os últimos vices reeleitos, Alcides Rodrigues e José Eliton, conseguiram se viabilizar naturalmente, ao contrário de Tejota, que perdeu consistência ao mostrar que a sua estatura política era menor que a do cargo. Consta que, para outro cargo eletivo em 2022, como o de deputado estadual ou federal, ele não tem mais cacife. Se tiver sorte, conseguirá uma nomeação para uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios, o que, pelo menos, assegurará o seu futuro com uma prebenda de R$ 57 mil mensais para o resto da vida.
USINA DE NOTAS CRÍTICAS AO GOVERNO PARECE TER SIDO DESLIGADA
Os ex-governadores Marconi Perillo e Zé Eliton desligaram a usina de notas oficiais com críticas a decisões do governador Ronaldo Caiado – que nunca toma conhecimento desses comunicados. Aliás, nem Caiado nem ninguém, devido à perda da importância de Marconi e Zé Eliton depois da surra nas urnas de 2018 e da transformação do partido dos tucanos goianos em nanico, com a eleição de apenas 21 prefeitos em 2020, muitos dos quais já deixaram a legenda. Uma tese sem sentido que os dois chegaram a defender foi que o atual governo de Goiás aplicou um calote na dívida estadual e deixou de pagar R$ 5,1 bilhões ou mais das parcelas que venceram nos dois últimos anos e meio. É uma distorção e tanto: Caiado não “aplicou calote” algum, apenas deixou de quitar as prestações que foram suspensas por Supremo Tribunal Federal enquanto a Secretaria do Tesouro Nacional prepara o ingresso do Estado no Regime de Recuperação Fiscal. Essa resolução do STF beneficiou também outras unidades da Federação. Mais: Marconi, quando governador, também fez esse mesmo pedido à Corte Suprema. Em um momento ou outro, seu governo chegou a ser favorecido pela suspensão do pagamento de parcelas, embora por pouco tempo. Caiado foi mais bem sucedido e conseguiu adiar o pagamento por um prazo maior. Falar em “calote” é viajar na maionese, já que Goiás continua dentro da legalidade e dos padrões de normalidade seguidos em Brasília.
MEIRELLES, JOÃO CAMPOS E DELEGADO WALDYR: UM DELES ESTARÁ NA CHAPA DA REELEIÇÃO
A escolha do candidato a senador que vai acompanhar o governador Ronaldo Caiado na chapa da reeleição será a novela de maior audiência da política estadual daqui para meados do 1º semestre do ano que vem – é nessa época, salvo alguma surpresa, que o nome será definido. Pode-se dizer que, hoje, três postulantes se alinham para conquistar a vaga: o ex-ministro Henrique Meirelles, do PSD; o deputado federal João Campos; e o também deputado federal Delegado Waldir. Ninguém acredita que o ex-ministro e presidente do PP estadual Alexandre Baldy tem chances reais nessa corrida, diante dos apontamentos judiciais e policiais que maculam o seu currículo e afetariam o discurso ético e moral que continua forte na composição da imagem de Caiado.
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