A POLÊMICA “PANELOCRACIA” DE LÚCIO FLÁVIO NA OAB-GO
Um vídeo que mostra uma ostensiva relação de parentesco, negócios e famílias na chapa lançada pelo atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional de Goiás Lúcio Flávio, candidato à reeleição, está causando furor e dominando o debate da eleição classista mais importante de Goiás, a da OAB-GO. Segundo os defensores de Lúcio Flávio, o vídeo, que acusa uma “panelocracia” na OAB-GO, seria fake news, mas os adversários garantem que é tudo verdade: o vice-presidente Thales Jayme, por exemplo, indicou o filho Auro para conselheiro seccional. O tesoureiro Roberto Serra tem o irmão Átila como juiz do Tribunal de Ética. E assim por diante, passando a nítida impressão de que o atual grupo dominante na instituição se fechou e não quis abrir oportunidades para a participação de mais ninguém.
COMO PREVISTO, DEU EM NADA O PROCESSO DE TRANSIÇÃO
O governador Ronaldo Caiado está 100% convencido de que o processo de transição montado pelo governador Zé Eliton não passou de uma farsa, na tentativa de adiar para o ano que vem a revelação sobre a real situação financeira da atual gestão. Na prática, a transição, que mal começou, já acabou. Nem Caiado quer saber do assunto nem Zé Eliton vai se esforçar para prestar qualquer informação nova, além das milhares e milhares de páginas, em PDF, que enviou aos representantes do novo governo, contendo informações sem qualquer importância ou finalidade, que, de resto, estão disponíveis para qualquer um no portal de transparência do Estado.
NA ASSEMBLEIA, O CONSENSO ESTÁ EM CONSTRUÇÃO
Não há mais dúvidas: o novo presidente da Assembleia Legislativa será o deputado Álvaro Guimarães, do DEM, que já está costurando a montagem de uma Mesa Diretora que respeite a proporcionalidade das forças políticas abrigadas na Casa – como é tradição. Prudentemente, Álvaro pediu a Caiado e seus articuladores políticos, como o ex-prefeito Adib Elias, que parem de falar na preferência pelo seu nome, evitando, assim, passar uma imagem de interferência indevida nas decisões que são de alçada exclusiva dos parlamentares estaduais. Não foi observada até agora nem haverá qualquer restrição ao novo presidente, que vai colher os frutos dos anos e anos de equilíbrio e moderação com que se comportou na sua longa carreira no Legislativo goiano.
HERANÇA DO TEMPO NOVO SERÁ DE TERRA ARRASADA
O governador Ronaldo Caiado está destinado a enfrentar uma situação de terra arrasada ao assumir, a partir de 1º de janeiro, em Estado em petição de miséria, do ponto de vista fiscal, e administrativamente desorganizado e mergulhado no caos burocrático. Essa será a herança que o Tempo Novo deixará para os goianos, depois de 20 anos que inicialmente foram de boas realizações, mas depois se perdendo em decisões equivocadas e em uma estratégia de eternamente adiar os ajustes necessários, em busca de ganhos eleitorais que – no final das contas – não vieram, levando tanto Zé Eliton quanto Marconi Perillo, além da maioria dos aliados que se candidataram, a uma derrota humilhante nas urnas.
RAQUEL TEIXEIRA VAI ATRAPALHAR O NOVO GOVERNO
Entre as arapucas que estão sendo montadas para o governador eleito Ronaldo Caiado, com o objetivo de inviabilizar a sua gestão, está a nomeação para o Conselho Estadual de Educação da ex-secretária de Educação e candidata derrotada a vice-governadora Raquel Teixeira. Na função, a estratégia será habilitar Raquel para a presidência do Conselho, com o apoio dos membros – maioria – nomeados e controlados pelo atual governo, cargo que permitirá a ela interferir o quanto quiser nas decisões de Caiado na área do ensino estadual. Outra missão da professora será a defesa do chamado “legado” do IDEB, ou seja, a classificação de Goiás em 1º lugar na avaliação da suas escolas – que foi obtida graças a uma fraude monumental e que precisa ser investigada e desvendada pelo novo governo.
NUNCA UM POLÍTICO FOI TÃO PUNIDO QUANTO MARCONI
A derrota de Marconi Perillo na disputa pelo Senado representou uma das punições mais duras da história do Brasil jamais aplicada a um político militante. O ex-governador só teve maioria de votos em três cidades, perdeu em Goiânia para Agenor Mariano, do MDB, ficando em 6º lugar. Em Anápolis, palco de votações históricas para ele, também ficou em 6º, atrás da professora Geli, do PT. De resto, Marconi passou toda a eleição como o candidato majoritário mais rejeitado nas pesquisas, chegando, na reta final, a ter o seu nome citado por mais de 50% dos goianos quando a pergunta era: “Em quem você não votaria de jeito nenhum“. Trata-se de uma aniquilação eleitoral tão grave e profunda que seus efeitos podem perdurar pela eternidade afora, inviabilizando a volta do ex-tucano-chefe de Goiás à cena política estadual.
EXPULSÕES NO MDB NÃO VAI DAR EM NADA
É pura coreografia a tramitação do processo de expulsão dos dissidentes caiadistas do MDB. O presidente estadual do partido, Daniel Vilela, só quer valorizar o acordo que fará com os rebeldes liderados pelo prefeito de Catalão, Adib Elias, com um simulacro de iminência de decisão desfavorável a eles, mas nada acontecerá, no final das contas. Os dissidentes, afinal, merecem respeito e consideração por terem colaborado com a derrubada do Tempo Novo, ao se aliar a Ronaldo Caiado, façanha que os emedebistas isoladamente nunca conseguiram. O resultado das eleições mostrou que o caminho trilhado por eles era, sim, o correto para se chegar a uma vitória maiúscula, que jamais viria caso tivessem permanecido com a candidatura de Daniel Vilela.
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