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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 07 De Junho De 2021

07/06/2021 às 09h46


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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FAZER POLÍTICA DE OLHO NO PASSADO É O “VÍCIO” QUE FECHA AS PORTAS PARA A RENOVAÇÃO DO PSDB

O ex-vice e ex-governador José Eliton deu uma entrevista a O Popular que só pode ser atribuída à agilidade da sua assessoria de comunicação, composta por profissionais que já tiveram posições de destaque no jornal e ainda desfrutam de canais privilegiados lá dentro. Mas se havia algum objetivo estratégico por trás do material, esse perdeu na fixação do conteúdo – que repetiu o velho erro de rememorar as gestões passadas e propor uma comparação com presente, agora com a administração do governador Ronaldo Caiado. Não há equívoco maior: a política e seu objetivo prático superlativo, que é vencer as eleições, é feita com propostas para o futuro e não apontando para o retrovisor. A essência da campanha fracassada de José Eliton e Marconi Perillo em 2018 foi justamente se fixar na apresentação de um relatório das obras e programas implantados nos anos de poder do PSDB, exigindo o voto de gratidão do eleitor, enquanto Ronaldo Caiado falava do que poderia ser Goiás se ele ganhasse a eleição – e venceu com facilidade, no 1º turno, enquanto seus principais adversários perdiam tempo levantado supostas glórias de antigamente. Espanta que, diante de tudo isso e de um fiasco tão acentuado como o do PSDB no último pleito para o governo, José Eliton, como presidente estadual do partido, siga insistindo nessa argumentação saudosista de que, um dia, algo foi feito de bom pelo povo de Goiás. Pode até ser, mas ninguém se interessa e nem muito menos a maioria se lembra, dada a velocidade da circulação de informações no mundo de hoje.

FALTA CORAGEM PARA MENDANHA SAIR DO MDB E RENUNCIAR AO MANDATO PARA 2022

O futuro do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha na política será definido por dois atos de coragem: 1) abandonar o MDB para viabilizar seu espaço próprio, saindo da sombra de Daniel Vilela e 2) renunciar ao mandato 2 anos e 9 meses antes do final, para enfrentar uma candidatura em 2022. Não há quem aposte que ele tenha fibra para qualquer uma dessas atitudes, principalmente depois de ter perdido o aconselhamento do pai, esse, sim, capaz de atitudes ousadas. Léo Mendanha, em 2016, enfrentou o então prefeito Maguito Vilela, que queria seu secretário Euler Morais como sucessor, para impor a candidatura do filho, ameaçando implodir o MDB aparecidense. Se estivesse vivo, seria o catalizador para uma postura mais ousada do inexperiente e imaturo Mendanha, pouco acostumado a confrontos e propenso a resolver conflitos oferecendo cargos na prefeitura de Aparecida. Isso pode até resolver na miúda e provinciana política municipal, mas não em termos estaduais.

VITOR HUGO TAMBÉM ESTÁ ENVOLVIDO NA QUEBRA DA DISCIPLINA DENTRO DO EXÉRCITO

O deputado federal por Goiás Major Vitor Hugo – sim, por Goiás, ele foi eleito pela sobra do quociente eleitoral obtido pela votação do deputado Delegado Waldir – está envolvido na discussão sobre a quebra da disciplina dentro do Exército nacional. Há poucos dias, em paralelo com a crise aberta pelo comportamento do general Pazuello, que compareceu a uma manifestação política no Rio de Janeiro, Vitor Hugo levou um sargento, Juan Pereira de Freitas Rocha, para criticar a cadeia de comando e o sistema de promoções em uma live pelas redes sociais. Ambos, Pazuello e o sargento, romperam com a hierarquia e desobedeceram ao regulamento disciplinar do Exército, que não permite aos integrantes da força esse tipo de atitude. É a antessala da anarquia militar, dizem até mesmo os membros do alto escalão do oficialato.

DESAPOSENTADORIA DE IRIS PARA DISPUTAR O SENADO FACILITA PARA CAIADO

Como se sabe, Iris se aposentou da política. Mas é um fato que não pode ser dado como líquido e definitivo, como tudo que diz respeito ao velho cacique emedebista. De repente, atendendo a um desígnio divino ou a uma convocação da sociedade, justificativas a que gosta de apelar, ele pode voltar. Ou, na linguagem do INSS, se desaposentar e acabar como protagonista do pleito do ano que vem. Iris é a companhia que Caiado, se dependesse só da sua vontade pessoal, gostaria de levar na busca pela reeleição, na vaga senatorial. Seria uma tacada e tanto, evitando que o MDB insistisse em pendurar Daniel Vilela na chapa (dois de uma mesma sigla não seria conveniente) e afastando o desgaste do veto que fatalmente viria da parte dos prefeitos que ele, Daniel, expulsou do partido por apoiar Caiado em 2018, sem falar quer permitiria a escolha de um vice mais próximo, mais afinado com a confiança do titular e de maior conteúdo, provavelmente Lissauer Vieira. E, em definitivo, esvaziando as chances da oposição, que fica sem oxigênio se o MDB embarcar na canoa caiadista.

LISSAUER VIEIRA TRAZ CHIQUINHO DE OLIVEIRA E SOMA PONTOS PARA SER O VICE

A incorporação do deputado Francisco de Oliveira, do PSDB, à base de apoio do governador Ronaldo Caiado na Assembleia Legislativa são favas contadas e resulta de articulação do presidente Lissauer Vieira – que vai assim somando pontos para a sua possível futura indicação para compor a chapa da reeleição de Caiado na vaga de vice. Estão nas mãos dele todas as fichas quanto ao projeto que atualiza a liberação do governo do Estado para que faça a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal – RRF, depois que o Supremo Tribunal Federal ordenou que a Secretaria do Tesouro Nacional abra as portas do programa para o governador Ronaldo Caiado. Matematicamente falando, o Palácio das Esmeraldas não conta com a maioria de votos necessária para aprovar a matéria, mas, por outro lado, tem a sorte de contabilizar a seu favor a mobilização de Lissauer Vieira – um dos presidentes mais influentes que o Legislativo estadual já teve em toda a sua história. A maioria de Caiado na Assembleia não é numérica e, sim, política, ou seja, é representada por Lissauer Vieira.

DEM VAI TER CHAPAS PARA LÁ DE CONSISTENTES PARA A CÂMARA E A ASSEMBLEIA

Não há dúvidas de que o DEM, partido do governador Ronaldo Caiado, está destinado a lançar as chapas mais competitivas para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa e assim viabilizar a eleição de bancadas numericamente consistentes, mesmo com a proibição de coligações. Pode fazer seis ou sete deputados federais e entre 10 1 12 estaduais, sem exagero. Para o Legislativo estadual, deverão sair do governo nomes com potencial de votos reconhecido, como é o caso do secretário da Indústria & Comércio José Vitti e do presidente da Codego Renato de Castro, além do novo secretário da Agricultura Thiago Mendonça (que tem bases na região de Morrinhos, cuja prefeitura disputou sem sucesso pelo DEM).

EM RESUMO

  • A entrevista de uma página e meia do presidente estadual do PSDB José Eliton a O Popular, com perguntas levantando a bola, é uma mancha a mais na história do supostamente principal veículo de comunicação de Goiás.

 

  • Está provado: existem assessorias de comunicação que vendem espaço em O Popular, forçando a visibilidade de políticos que perderam a importância, mas estão dispostos a pagar para aparecer no principal jornal do Estado.

 

  • Na Câmara Municipal, atualmente, apenas Santana Gomes (PRTB) e o petista Mauro Rubem se atrevem a criticar a gestão do prefeito Rogério Cruz. O resto é silêncio, comprado com a farta distribuição de cargos no Paço Municipal.

 

  • O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha explica que emagreceu por sugestão de Maguito Vilela, que teria sido seu guru. Não é verdade. A personal trainer que Mendanha contratou tem muito mais responsabilidade na estória.

 

  • A chegada de Francisco de Oliveira, do PSDB, para a base parlamentar do governador Ronaldo Caiado tem influência profunda no meio ambiente da Assembleia Legislativa. Chiquinho é uma águia nas articulações de bastidores.

 

  • Para sorte de Flávia Teles, viúva oficial de Maguito Vilela, o barraco com Andressa Mendonça não teve nenhuma repercussão na imprensa, apesar de ter servido para sacudir uma madrugada do Instagram, há duas semanas.

 

  • A próxima eleição para a OAB-GO, em novembro, será uma das mais extravagantes da história da entidade. Até agora, são cinco candidatos, três pela situação e dois pela oposição. Nenhum aceita falar em desistência.

 

  • As sequelas da Covid-19, no caso do prefeito de Catalão Adib Elias, parecem ser sérias e devem limitar a sua atuação na política daqui para a frente. E ele ainda tem três anos e meio no cargo, no qual já reduziu o ritmo.

 

  • Há informações de que o presidente estadual do MDB Daniel Vilela comunicou formalmente ao ex-governador Marconi Perillo que as portas do partido estão fechadas, em definitivo, para uma aliança com o PSDB em Goiás.