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COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 07 De Abril De 2021

07/04/2021 às 10h57


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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EXPURGO NO PAÇO MUNICIPAL DEIXOU O MDB E DANIEL VILELA SEM AGENDA PARA ESTE ANO

A crise com o prefeito não eleito de Goiânia Rogério Cruz, com o
subsequente desembarque do Paço Municipal, deixou o MDB sem agenda
para este ano em Goiás. Antes, o propósito era se valer da estrutura
administrativa e do orçamento da prefeitura para ganhar musculatura e se
preparar para 2022, ano das eleições não só para o governo do Estado,
como também para o Senado, Câmara Federal e Assembleia. As
alternativas seriam ou a candidatura própria, com Daniel Vilela
encabeçando uma chapa reforçada pelo apoio do Republicanos e da
máquina administrativa da cidade que tem o maior eleitorado em Goiás,
ou então uma conciliação com o governador Ronaldo Caiado, mas em
posição vantajosa, ou seja, a de escolher o que quisesse dentro do projeto
da reeleição. De resto, eleger uma batelada de deputados estaduais e
federais, em parte valendo-se da máquina administrativa da prefeitura.
Pelo menos nesses termos, tudo isso foi para o ar. O MDB terá que se virar
sozinho, contando apenas com uma prefeitura de expressão, a de
Aparecida, hoje com o prefeito Gustavo Mendanha cavalgando equívocos
e enfrentando um acelerado em processo de desgaste. Complicando, o
partido tem um um senador meia boca,Luiz do Carmo, que não tem
fidelidade nem à legenda nem ao seu presidente, nenhum deputado
federal e quatro deputados estaduais que atuam sem compromisso com o
partido e com Daniel Vilela. Serão tempos difíceis para os emedebistas os
que vêm pela frente.

“PLANO DE GOVERNO” DE MAGUITO É AMONTOADO DE PROPOSTAS DESCONEXAS

O MDB e seu presidente estadual Daniel Vilela continuam cobrando fidelidade do
prefeito não eleito de Goiânia Rogério Cruz a um suposto “plano de governo” do
prefeito eleito Maguito Vilela. Esse discurso, anotem aí leitoras e leitores, vai crescer nos próximos dias, na tentativa de se dar

algum escopo moral para o rompimento da aliança com o Republicanos e
com o Paço Municipal. O que precisa ser dito: não existe “plano de
governo” de Maguito. O candidato, antes de ser afastado pela negligência
e imprudência diante da Covid-19, não só a dele, como também a dos
familiares e a da coordenação de campanha emedebista, apresentou um
amontoado desconexo de “ideias” baseadas no marketing e não em levar
benefícios reais para a população da capital. Desde propostas repetitivas
como “revitalizar o centro”, há mais de 30 anos apresentadas por todos os
que postulam a prefeitura, até impossibilidades como a construção de 15
mil casas, que uma avaliação na coluna Giro, em O Popular, na época
assinada pelo jornalista Marcos Nunes Carreiro, mostrou exigir R$ 2
bilhões de reais para o seu custeio – dinheiro que obviamente jamais
apareceria. Falar em “plano de governo” de Maguito é cultivar uma lenda
urbana.

ESTELIONATO ELEITORAL DE 2022: O FEITIÇO QUE SE VIROU CONTRA O
FEITICEIRO

Os dias têm sido amargos para o MDB e para o presidente estadual do
partido Daniel Vilela. Na eleição do ano passado, um e outro se
desdobraram para convencer o eleitorado de Goiânia a votar em um
candidato fisicamente incapacitado e já naqueles dias irremediavelmente
comprometido quanto a uma vida normal no futuro, caso sobrevivesse,
muito embora a campanha emedebista e o filho comemorassem a cada
dia melhoras que contrariavam as expectativas médicas e anunciassem
uma próxima alta que só aconteceu, digamos assim, quando o paciente
faleceu e deixou o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, dentro de uma
urna funerária. Que houve um estelionato eleitoral, houve. Que agora se
volta contra os seus formuladores. O senador Vanderlan Cardoso, o candidato que tinha como destino manifesto vencer aquela disputa, liderando as pesquisas com folga até a reta final e só perdendo no 2º turno por uma ninharia de votos, cansou-se de denunciar a farsa emandamento. A campanha do MDB, eticamente uma das mais sujas já feitasna capital quanto ao conteúdo, aproveitou a trégua que os adversário respeitosamente concederam ao concorrente em estado pré-terminal para atacar e bater à vontade em Vanderlan, ele mesmo um dos que suspenderam críticas ou questionamentos mais pesados ao Maguito Vilela, cujo telhado de vidro passou incólume pelo 1º e pelo 2º turnos.

VANDERLAN CARDOSO SOBRE OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS NO PAÇO
MUNICIPAL: “EU AVISEI”

“Eu avisei”, tem repetido o senador Vanderlan Cardoso a jornalistas que o
procuram para falar sobre os últimos acontecimentos no Paço Municipal.
E é verdade. Na campanha, ele cansou-se de repetir que uma fraude
eleitoral estava em andamento com as notícias falsas sobre o estado de
saúde do candidato do MDB Maguito Vilela e com a ocultação do vice
Rogério Cruz, substituído por Daniel Vilela como portavoz da chapa
emedebista na época.

NOME DE MAGUITO FOI USADO EM VÃO PARA CHANCELAR A INDICAÇÃO
DE SECRETÁRIOS

O prefeito eleito de Goiânia Maguito Vilela provavelmente morreu sem
saber que havia vencido no 2º turno. É uma lenda urbana o que o MDB
propaga, ou seja, que ele escolheu ou pelo menos aprovou nomes para o
secretariado municipal, em uma época em que, devido ao seu estado de
saúde gravíssimo e sustentado por máquinas extracorpóreas que
substituíam as suas funções vitais, não tinha consciência de nada. A posse só foi possível graças a um documento fraudado com uma assinaturadigital, figura jurídica que não existe no ordenamento jurídico brasileiro. Daniel Vilela prometeu estrepitosamente processar Vanderlan pelas acusações de que um embuste teria ocorrido nas eleições e se prolongado até as providências formais para a assunção do seu pai ao cargo de prefeito. Passado o momento em que a ameaça serviu às finalidades malandras da campanha, não cumpriu e não o fez até hoje, aliás com o senador repetindo as denúncias, como na semana passada, na nota principal da coluna Giro, em O Popular, quando insistiu em que “as eleições em Goiânia foram uma fraude do início ao fim”. Daniel Vilela não respondeu.

INSISTIR NA FRAUDE LIQUIDOU O MDB, QUE PODERIA TAMBÉM VENCER
COM HONESTIDADE

Se o MDB e o filho Daniel Vilela tivessem assumido que Maguito Vilela,
internado em estado desesperador na UTI do Hospital Albert Einstein em
São Paulo, não teria mais condições de manter a candidatura e menos
ainda de assumir um dia a prefeitura de Goiânia, indicando Daniel como
substituto – uma atitude honesta e com forte apelo eleitoral – é provável
que a história tivesse caminhado por trilhos corretos e éticos em Goiânia.
Mas, infelizmente, foi irresponsabilidade e conto do vigário o que
aconteceu, quando eles – o presidente estadual e o seu partido –
resolveram apostar todas as fichas em um estelionato político ao usar a
doença do candidato para atrair simpatias e votos e abusar do sentimento
de solidariedade das eleitoras e dos eleitores da capital para vencer a
eleição. Está aí o resultado.