MEIRELLES NÃO TEM SERVIÇOS PRESTADOS A GOIÁS E ATÉ ATRAPALHARIA, SE TIVESSE A OPORTUNIDADE
Em mais um lance de eficiência jornalística muito acima da média da imprensa em Goiás, o Jornal Opção entrevistou o ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles, hoje pretendente a uma cadeira no Senado Federal pelo Estado com o qual nunca teve, não tem e jamais terá qualquer identidade - mesmo porque é alguém que se considera superiormente credenciado para a política nacional, muito acima das questões menores da terra onde nasceu. Banqueiro que nunca foi dono de banco, Henrique Meirelles desceu de paraquedas na política goiana, comprando um mandato de deputado federal em 2002, que não exerceu por um único e miserável dia, atraído para presidir o Banco Central pelo então presidente Lula. Aliás, agora inventou, conforme o preview da entrevista ao Jornal Opção, que "muitos goianos saíram da pobreza naquele período em que eu estava no Banco Central. Tudo isso me posiciona bastante bem", disse. E ainda relembrou, sem nada citar especificamente, "tudo aquilo que fizemos pelo Estado no Banco Central e no Ministério da Fazenda", que ninguém sabe o que é. Mas é uma falácia (falácia, leitoras e leitores, é a alternativa educada para "mentira"). No Banco Central, ele ignorou Goiás e se pautou por uma condução técnica, aliás corretamente tendo em vista as finalidades do cargo. Só que nem uma mãozinha ele deu para destinar recursos para o Estado ou ajudar qualquer um dos seus 246 municípios. Se houve "goianos que saíram da pobreza naquele período", isso se deve aos programas de aumento de renda do presidente Lula, contrariando as teses do PSDB, partido de Meirelles, de que reajustes salariais provocariam aumento do consumo e levariam a uma escalada inflacionária. Lula foi pródigo em aumentos do salário mínimo, sem medo do seu efeito cascata, que... não provocaram inflação. Meirelles, se tivesse sido ouvido pelo presidente petista, teria sido contra, seguindo a cartilha liberal que professa. Fora isso, é um mistificador arrogante. Quer dizer: os "goianos que saíram da pobreza naquele período" teriam continuado na miséria no que dependesse do presidente do Banco Central, felizmente atropelado por Lula. Excluindo-se abundância de dinheiro para gastar na campanha para o Senado, que é o que de pior existe na política, não há nada que justifique a entrega a ele de um mandato tão importante como o de senador. Até Luiz do Carmo, na sua insignificância, é melhor.
TETO DE GASTOS: MAIS UMA DESMORALIZAÇÃO PARA O PSDB EM GOIÁS
Ficou duplamente ruim para o PSDB, que fechou questão contra a PEC do Teto de Gastos pela Assembleia, 1) a aprovação da matéria com o voto do deputado tucano Talles Barreto e 2) a contradição evidenciada na lembrança de que, em 2017, o então governador Marconi Perillo também aprovou o seu Teto de Gastos. Esse argumento, aliás, foi usado por Talles para justificar o seu voto (e também pelo deputado Lucas Calil, do PSDB, porém marconista ou, melhor dizendo, “jaymista”, já que é ligadíssimo ao ex-presidente da ex-Agetop Jayme Rincón). De qualquer forma, foram coerentes: votaram uma vez a favor, votaram de novo.
“SER MAIS MAGUITO” É A CHAVE QUE ABRE AS PORTAS DO FUTURO PARA DANIEL VILELA
Daniel Vilela está cumprindo à risca a promessa de “ser mais Maguito e menos Daniel”, metáfora que criou para simbolizar o seu amadurecimento pessoal e político e sinalizar que não vai mais cometer (ou pelo menos tentar não cometer) os erros terríveis que marcam a sua carreira, o principal dos quais foi a expulsão dos prefeitos emedebistas que apoiaram a eleição de Ronaldo Caiado em 2018, sob a liderança de Adib Elias, de Catalão. O estabelecimento do consenso na renovação da Comissão Executiva do MDB, depois do acordo que fez com o trêfego Paulo Cézar Martins, é mais uma comprovação dessa nova tendência – que, na verdade, é uma estratégia inteligente para abrir caminho para uma composição com DEM, conquistar a vaga de vice na chapa da reeleição de Caiado e criar condições para chegar, ele próprio, ao governo do Estado logo em 2026. “Ser mais Maguito”, portanto, é a chave que escancara as portas de um futuro brilhante para Daniel Vilela.
ROGÉRIO CRUZ NÃO TEM FOCO E ESTÁ PERDIDO EM UM VAREJÃO DE PEQUENAS REALIZAÇÕES
É muito difícil para um prefeito que não foi eleito conquistar a legitimidade política e convencer a sociedade de que pode ser um gestor adequado e capacitado a ser aprovado a posteriori. É o caso de Rogério Cruz, que, nos seus primeiros seis meses, resolver investir em varejão de pequenas realizações, sem conseguir encontrar um foco para o mandato que ganhou de presente do destino. Ele, pelo menos, conseguiu superar a fase das crises diárias e da repetição de equívocos, mas persiste a imagem de improviso e da falta de foco, com uma equipe de secretários muito abaixo das expectativas e necessidades de Goiânia – o que é provado pela falta de gerência que levou à paralisação das obras deixadas por Iris Rezende e à certeza de que nenhuma será inaugurada neste ano. Na verdade, existe um vácuo de poder cada vez maior no Paço Municipal, que o prefeito esperneia para preencher, até hoje sem encontrar um caminho seguro.
LÁZARO BARBOSA COMPROVA QUE VIDA DE BANDIDO NÃO É OPÇÃO EM GOIÁS
Gostem ou não as leitoras e os leitores, a repressão policial hoje é duríssima em Goiás, atestada pelo elevado número de mortes de bandidos em confrontos policiais, mais de 800 no ano passado, comprovando que caminhar à margem da lei é uma opção de vida arriscada no Estado desde que o governador Ronaldo Caiado assumiu. O exemplo mais recente é a operação policial que caçou Lázaro Barbosa, com 100% de eficiência. Pacientemente, o secretário de Segurança Rodney Miranda cansou-se de explicar que a estratégia adotada era a de cerco, com o objetivo de minar a capacidade de resistência do procurado e, principalmente, garantindo que fizesse novas vítimas, inclusive entre as forças policiais, o que é mais do que legítimo. Provavelmente, para que cada passo fosse dado com a certeza de evitar riscos, é que o desfecho demorou três semanas, mas acabou chegando inexoravelmente diante do meticuloso aperto que foi sendo aplicado à busca. Quem criticou Caiado, vendo no episódio, enquanto Lázaro Barbosa não era neutralizado, o fracasso da política de segurança pública em Goiás, como escreveu uma jornalista renomada, quebrou a cara.
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