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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 04 De Agosto De 2021

04/08/2021 às 06h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CAIADO TERÁ QUE ADMINISTRAR 5 CANDIDATOS E APENAS 2 VAGAS NA CHAPA DA SUA REELEIÇÃO

O governador Ronaldo Caiado tem pela frente o desafio de construir uma engenharia política tão delicada quanto complexa: atender a 4 partidos de peso – MDB, PSD, Republicanos e PP – com a montagem da chapa com a qual concorrerá à reeleição, dispondo de apenas 2 vagas, a de vice e a senatorial. Acrescente-se a isso a condição avulsa, porém não menos sólida, do presidente da Assembleia Lissauer Vieira (hoje praticamente sem partido), nome que cresce e aparece a cada dia e se torna, pelas credenciais pessoais e políticas, presença indispensável na mesa das decisões mais importantes do Estado. O MDB oferece um trunfo e tanto para o projeto eleitoral do governador: Daniel Vilela, um jovem que emergiu amadurecido do sofrimento provocado pela morte do pai Maguito Vilela, em circunstâncias de extrema dramaticidade que chegam a lembrar a tragédia de Tancredo Neves no início da redemocratização do país. Já o PSD, Republicanos e PP anseiam em situação de igualdade pela vaga de candidato ao Senado, apresentando, respectivamente, Henrique Meirelles, João Campos e Alexandre Baldy (esse último com nódoas no currículo que tornam senão impossível, pelo menos improvável a sua escalação em uma chapa ao lado de um portento da moralidade e da ética como o é Caiado). Caso consiga resolver esse quebra-cabeças, sem perder nenhuma peça, o governador pode encomendar o terno para a posse em janeiro de 2023. Mas, antes de tudo, terá ainda que resolver o futuro do atual vice Lincoln Tejota, que perdeu a condição de agregar força e prestígio à chapa. 

QUAL É A PROPOSTA ALTERNATIVA DE MENDANHA PARA O FUTURO DE GOIÁS?

O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha abriu uma ofensiva na imprensa e nas redes sociais para reafirmar que não sai do MDB e que os seus projetos para o futuro passam pela sua permanência no partido. Lembra, no entanto, que continuará batalhando pelo lançamento de um nome emedebista para a disputa pelo governo do estado em 2022, mas evita o principal: se for derrotado, como será, no debate interno, já que hoje é notória a tendência da maioria esmagadora do partido pelo apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado, aceitará o veredito dos companheiros e se alinhará com a chapa que emergirá da inexorável aliança entre o MDB e o DEM? Matreiramente, Mendanha foge dessa questão. Ou não sabe ou não consegue se posicionar, confirmando que é um político menor que, de repente, viu-se alçado a uma visibilidade para a qual não está preparado. E tanto que também é incapaz de alinhar pensamentos e ideias para fundamentar uma proposta alternativa de governo, limitando-se a dizer que o “povo” quer uma gestão diferente, embora sem mostrar pesquisas ou mais lideranças a compartilhar essa opinião ou uma pesquisa ou qualquer coisa de concreto além de lideranças inexpressivas – nenhuma do MDB – passando pelo seu gabinete em Aparecida.

 

ADIB ELIAS ESPERA O MEA CULPA QUE DANIEL VILELA PARECE NÃO QUERER FAZER

É muito difícil a permanência do prefeito de Catalão Adib Elias no Podemos, mesmo porque ele precisa arranjar uma legenda viável para eleger sua mulher Adriete Elias (separou-se dela, mas se reconciliou) para a Assembleia Legislativa. Em círculos próximos, dá-se como certo que ele voltará para o MDB, a depender dos acenos do presidente estadual Daniel Vilela, que o expulsou do partido, mas consta também que não está descartada a filiação ao DEM para aproximar-se ainda mais do governador Ronaldo Caiado. No momento, uma multidão de articuladores trabalha para resolver a “problemática” de Adib, inclusive o ex-prefeito Iris Rezende, que defende a sua reintegração ao MDB. Embora o seu arrependimento seja hoje aguardado, com a confissão de que a expulsão dos prefeitos que apoiaram a eleição de Caiado em 2018 foi um erro monumental, Daniel Vilela não dá sinais de que estaria disposto a assumir qualquer mea culpa, aconselhado por figuras radicais que o rodeiam – e que meteram na cabeça do filho de Maguito Vilela que ele estaria dando uma demonstração de fraqueza se pedisse perdão pelo gesto de violência contra os prefeitos caiadistas.

LÚCIO FLÁVIO VAI TERMINANDO A GESTÃO DA OAB-GO COM SALDO POSITIVO

A campanha para a OAB-GO, pela primeira vez na história com cinco candidatos, segue morna, até pelo prazo alongado até a data da eleição – 30 de novembro. Ainda não há debates entre os postulantes, nem formais, nem espontâneos e, mesmo se os houvesse, por ora, não atrairiam interesse especial da advocacia, provavelmente mais preocupada com o seu dia a dia. O fato é que a gestão que vai se encerrar, do presidente Lúcio Flávio de Paiva, não enfrenta contestações e parece concluir seus trabalhos consolidando o bafejo de renovação que levou para a instituição – diga-se o que se quiser dizer de Lúcio Flávio, mas é sério, responsável e não tergiversa em hipótese alguma, sempre firme nas suas posições em defesa da classe em Goiás. Não à toa, transformou-se no eleitor número um do pleito que vem vindo aí, que os cinco postulantes precisam honrar com uma campanha, da parte de todos eles, de alto nível. É o que se espera.

ASSEMBLEIA ESTÁ PACIFICADA E NÃO DEVE TUMULTUAR O CLIMA POLÍTICO

O ambiente entre os deputados estaduais – mais conhecido como “clima da Assembleia” – leva a crer que o governador Ronaldo Caiado irá até o final do seu 1º mandato com uma maioria absoluta de no mínimo 30 votos na Assembleia, o que garantirá com folga nunca vista antes a sua governabilidade em um momento estratégico, que é o afunilamento do debate sobre a sucessão de 2022. Nem mesmo Marconi Perillo, em seus melhores dias, chegou a contar com uma vantagem tão folgada no Legislativo. E vejam que 30 pode ser o número mínimo: há expectativas de que Caiado tenha, no final das contas, o apoio de 33 parlamentares, provocando uma verdadeira debacle na oposição, bastando, para isso, mostrar um pouco de flexibilidade no atendimento das tão cruciais reivindicações dos parlamentares com o advento da antevéspera das urnas, quando, na cabeça de cada um, só persiste a ideia fixa de sobreviver a qualquer custo. Tudo isso sob regência do presidente Lissauer Vieira, o grande e qualificado maestro da concertação das forças parlamentares governistas.

EM RESUMO

  • A ex-deputada estadual Eliete Pinheiro, do PSDB, encontrou-se com Gustavo Mendanha e foi levada por ele para assistir a um jogo da Aparecidense. Entregou recados do ex-governador Marconi Perillo.

 

  • Sobem as apostas: o deputado João Campos aceitaria trocar a sua postulação ao Senado, na chapa do governador Ronaldo Caiado, por algum tipo de garantia quanto à sua reeleição para a Câmara.

 

  • O ex-presidente da Assembleia e ex-prefeito de Catalão Jardel Sebba está sendo instado a assumir a candidatura a deputado estadual no lugar do filho Gustavo Sebba, que não pegou na política.

 

  • Lincoln Tejota vive um momento de equilíbrio sobre o fio da navalha: não abrir mão da pretensão de repetir a candidatura a vice junto com Ronaldo Caiado, mas também não forçar a barra.

 

  • Os petistas de Goiás são fiéis ao ex-presidente Lula e capazes até de se humilhar por ele, mas querem um desmentido sobre a aproximação com o PSDB e o ex-governador Marconi Perillo, se é que há.

 

  • Em dobradinha com a própria mulher, a deputada federal Flávia Morais, o ex-prefeito de Trindade George Morais deve se lançar para a Assembleia Legislativa, os dois pelo PDT e ambos com boas chances.

 

  • Jornalistas se desdobram para conseguir uma cópia da denúncia que o ex-governador Marconi Perillo protocolou no Ministério Público, acusando perseguição por parte de profissionais da imprensa.

 

  • O que se quer saber é: quais foram os nomes apontados pelo tucano que estariam recebendo para atacar a sua honra e quais as provas apresentadas. Em princípio, tudo parece apenas jogo de cena.

 

  • Impressionante e contundente a manifestação do senador Vanderlan Cardoso em Itumbiara, dirigindo palavras de lealdade e apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Que ouviu emocionado.