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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 03 de setembro de 2018

03/09/2018 às 08h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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COVEIRO DE MARCONI, IRIS E MAGUITO

O senador Ronaldo Caiado está prestes a passar à história como autor de uma das maiores façanhas de todos os tempos em Goiás: ele caminha para derrotar, simultaneamente, os dois maiores grupos da política estadual – o de Marconi Perillo, que apresentou Zé Eliton às eleições, e o de Iris Rezende-Maguito Vilela, que está com Daniel Vilela. Ou seja: de uma tacada só, o PSDB e o MDB. Curiosamente, ambos os partidos são de certa forma responsáveis pela espetacular ascensão de Caiado: os tucanos deram a ele tempo e espaço para se consolidar sozinho como fenômeno eleitoral, não o enfrentando e o ignorando presunçosamente, enquanto os emedebistas viabilizaram a sua eleição para o Senado e entronização definitiva na liderança da preferência popular, como mostram todas as pesquisas.

 NADA MUDARÁ COM OS PROGRAMAS NA TV

Muita expectativa foi e continua sendo depositada nos programas políticos na televisão. Mas, pelos primeiros que foram mostrados pelos candidatos, não é precipitado concluir que não provocarão grandes mudanças no cenário eleitoral estadual. É muito pouco tempo para cada postulante, ainda mais quando se espremem em uma sucessão cansativa de gente falando pelos cotovelos. Depois do fim da campanha de rua, a próxima morte a ser anunciada é a do palanque eletrônico.

4 ANOS NO SENADO E... NADA PARA MOSTRAR

Marconi Perillo, que passou quatro anos no Senado, de 2007 a 2010, só tem as mãos vazias para mostrar. Ele, que vem acusando Ronaldo Caiado de ter mais de 30 anos de mandatos parlamentares e nada fazer por Goiás, foi um senador que só conseguiu aprovar três projetos de lei,dois sobre honrarias e um sobre a limpeza preventiva de bueiros de águas pluviais. Veja só, leitor: limpeza de bueiros. Marconi foi relapso.

ELEITOR NÃO APROVA CAMPANHA AGRESSIVA

Está claro que Daniel Vilela está intensificando uma postura agressiva em relação aos adversários para ganhar corpo, chamar atenção, fixar uma imagem de coragem e assim subir nas pesquisas. Nos três debates realizados até agora, ele foi assertivo além da conta. Bateu em Zé Eliton e em Ronaldo Caiado, que reagiram com calma e responderam com brandura. O risco para Daniel é ganhar rejeição se esse tom belicoso desagradar o eleitor, voltando-se contra si próprio. Costuma acontecer: em geral, campanha negativa não é bem recebida.

PROGRAMAS ELEITORAIS NA TV NÃO TÊM AUDIÊNCIA

Os programas dos candidatos a governador estão aparecendo no final do bloco de 25 minutos. Antes, vêm os senadores e os pretendentes a deputado estadual, em uma sequência interminável de caras e bocas. Isso ajuda a espantar a audiência, já impaciente com a classe política, e prejudica principalmente quem precisa do horário eleitoral para tentar uma reação, caso de Zé Eliton e Daniel Vilela.

CAIADO TEM 40% NAS PESQUISAS HÁ 4 OU 5 ANOS

Ronaldo Caiado lidera as pesquisas, na faixa de 40% das intenções de voto, há mais ou menos quatro ou cinco anos. Quer dizer, desde quando, a partir de 2013, começou a ser cogitado como candidato ao Senado. Depois, ele passou por essa eleição, venceu e imediatamente começou a ser apontado como opção para o governo. Seus índices estão, assim, muito cristalizados e é por isso que pode vencer no 1º turno.

EM RESUMO

  • Marconi Perillo sofre pressões de familiares e amigos para se preocupar menos com a eleição de Zé Eliton e abrir uma linha independente para tentar fortalecer a sua campanha para o Senado. É a lei da sobrevivência.
  • Com o governador Zé Eliton patinando nas pesquisas, depois de tudo o que a base governista fez para ele, Vilmar Rocha, candidato a 1º suplente de Marconi Perillo, apenas sorri e lembra: “Eu avisei”.
  • Candidaturas majoritárias que nasceram mortas e só aguardam a hora do enterro: Kátia Maria (PT), para o governo, Wilder Morais (DEM), Agenor Mariano (MDB) e Luís César Bueno (PT) para o Senado.
  • E os votos do PP e do PRB, mas principalmente do primeiro? Daniel Vilela recebeu o apoio dessas legendas, só que não subiu nada nas pesquisas. Mas o ministro Baldy finalmente apareceu ainda na campanha de Daniel.
  • Os marqueteiros baianos que vieram para a campanha de Ronaldo Caiado na televisão foram inicialmente recebidos com desconfiança. Mas agora, após o sucesso dos primeiros programas, passaram a ser festejados.  
  • Se mais uma pesquisa confirmar o que o instituto Signates apurou para Kajuru (1º lugar para o Senado, mais de 4 pontos à frente de Marconi), o QG de campanha dos tucanos, já estressado, entra em desespero.
  • O programa de Zé Eliton exagerou ao apresentar Goiás como um lugar de maravilhas. É o mesmo erro que a oposição cometeria, caso venha a apresentar o Estado como terra arrasada. Não somos um nem outro.
  • Uma viagem particular de Zé Eliton, no fim de 2017, quando era vice governador, usando aviões e estrutura de agentes de segurança do Estado, vai render dor de cabeça para a campanha tucana.
  • Há insatisfação entre os deputados estaduais da base governista. Eles aguardam a transferência de recursos do fundo partidário que Zé Eliton não autorizou ainda. E ainda sonham com o pagamento de emendas.

AOS LEITORES

Com esta página, inicio a minha colaboração com o Diário Central, a convite do seu diretor, Thiago Moura Fé, meu conhecido de longa data. Espero corresponder às expectativas e firmo o compromisso de fazer jornalismo de opiniões, comentários e análises sobre fatos da política, da economia e da cultura em Goiás. Estarei aqui às segundas e quartas. Obrigado a todos.

Fotos: Divulgação