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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 03 de outubro de 2018

03/10/2018 às 12h35


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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A MAIOR DERROTA DE TODOS OS TEMPOS

Zé Eliton, Raquel Teixeira, Marconi Perillo e Lúcia Vânia compõem a chapa que vai passar pela maior derrota eleitoral de todos os tempos em Goiás. O desastre será total e, pior ainda, acontecerá no 1º turno, transformando em pó o poderio do maior agrupamento político já reunido em Goiás – o Tempo Novo, que durou 20 anos e acabou melancolicamente com um fiasco nas urnas e a Polícia Federal no encalço do seu fundador. Há alguns meses, já se sentia o cheiro de queimado em torno da candidatura de Zé Eliton, mas ninguém imaginava uma catástrofe e que iriam todos para a mesma sepultura política. Nem a inesperada vitória de Marconi sobre Iris Rezende, em 1998, terá representado uma ruptura tão profunda como essa que as urnas consagrarão no próximo domingo.

 

“VIRADA” DE ZÉ ELITON NUNCA PASSOU DE “FAKE NEWS”

Dentre todas as “fake news” da eleição que está se encerrando, nenhuma foi maior que a da “virada” ficcional anunciada pela campanha de Zé Eliton – que se baseou em uma única pesquisa preparada por um instituto de nenhuma credibilidade. Até o início desta última semana de campanha, o próprio Zé Eliton ainda publicou vídeos no Stories do seu perfil no Instagram comemorando a suposta reviravolta, a partir de uma ridícula “onda azul” que só ele enxergou. Deu pena ver o entusiasmo fabricado do governador, rindo de boca escancarada, quando, na verdade, já estava à beira do precipício das urnas.

 

“A ATIVIDADE DELITIVA DO GRUPO CONTINUA”

É complicadíssima a situação jurídica do ex-governador Marconi Perillo, especialmente em razão dos quase R$ 1 milhão de reais em dinheiro vivo encontrados com o motorista do seu ex-tesoureiro de campanha Jayme Rincón. Dois juízes federais que despacharam no processo da Operação Cash Delivery assinalaram que a apreensão do dinheiro comprova que “a atividade delitiva do grupo continua”, o que pode justificar a prisão temporária ou até mesmo preventiva de Marconi – sob o argumento de que prossegue praticando crimes e precisa ser impedido de agir contra as investigações.

 

REAÇÃO DE MARCONI FOI A PIOR POSSÍVEL

Não é de hoje que se diz que Marconi Perillo deixou de ser Marconi. A sua reação face a Operação Cash Delivery tem sido mais uma comprovação da perda de inteligência e astúcia do maior líder político que Goiás já teve, hoje reduzido à defesa estática das obras e programas que fez em 20 anos de poder e à tentativa de justificar a persecução penal de que é alvo como uma conspiração para evitar a sua eleição ao Senado – que já era incerta antes dos fatos policiais da sexta-feira, 28 de setembro. Em termos eleitorais, esses argumentos são de baixo grau de convencimento. Em outros tempos, é possível que Marconi tivesse uma estratégia mais bem estruturada e dirigida pela razão, não pela emoção rasteira. Essa visão miúda ajudou a fazer com que nada desse certo para ele nesta eleição.

 

UM FINAL PIOR QUE O DE IRIS E O MDB EM 1998

A derrocada do Tempo Novo, depois de 20 anos de poder, é muito pior que a de Iris Rezende e do PMDB em 1998. Note, leitor, que Iris perdeu a eleição, mas por uma diferença pequena e, além disso, disputando com Marconi Perillo palmo a palmo. Além disso, o peemedebistas saíram com Maguito Vilela bem eleito para o Senado, tanto que acumulou gordura para se candidatar por duas vezes ao governo do Estado, na sequência. Agora, a régua que os goianos estão passando em Marconi e seu grupo vai aplainar muito mais fundo. E sem falar nos desdobramentos policiais que vêm aí.

 

PROGRAMAS DE RÁDIO E TV NÃO TIVERAM EFEITO

De nada adiantou o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, em Goiás. Zé Eliton tinha o maior tempo, Daniel Vilela o segundo maior e mesmo assim não conseguiram crescer nem capturar pontos de Ronaldo Caiado, que contou com o menor. Está provado que o palanque eletrônico, apenas como meio para a exposição dos candidatos, não funciona. Sem carisma, conteúdo e um bom formato, ninguém chega a lugar nenhum como colocando a cara na telinha e a boca no microfone.

 

NUNCA UM POLÍTICO FOI TÃO REJEITADO

Ao superar os 50% de rejeição, na última pesquisa do instituto Grupom, o ex-governador Marconi Perillo tornou-se o político mais rejeitado da história das eleições em Goiás. O número é inacreditável, porém verdadeiro, comprovando que pouco mais da metade dos goianos cita o nome de Marconi quando a pergunta feita a eles é: “Em quem você não votaria de jeito nenhum para o Senado?”. Isso nunca se viu antes e merece um estudo acurado por parte dos cientistas políticos. Uma rejeição nas alturas, como essa, é um fenômeno raro, que Marconi cometeu o erro de ignorar, deixando que se transformasse no principal potencializador da eleição. E é a maior do Brasil.

 

APOSTA NO ENTORNO É OUTRA ROUBADA

As campanhas de Zé Eliton e Daniel Vilela anunciaram que passariam a última semana antes da data da eleição percorrendo o Entorno de Brasília atrás dos votos dos supostos indecisos da região, que poderiam ainda levar a decisão para o 2º turno. Não vai adiantar: o Entorno é grande demais, não é atingido pelos sistemas de comunicação de Goiás e sim do Distrito Federal e não tem identidade com assuntos de interesse do resto do Estado. É tempo perdido. Ilusão. Mais uma miragem inventada para dar algum oxigênio para quem vai perder nas urnas e não sabe o que fazer em seus momentos finais.

 

EM RESUMO

  • Até domingo, mais 5 pesquisas serão publicadas em Goiás: Diagnóstico, Veritá, Real Data, Ibope e Serpes – esta a última, no sábado ou domingo, em O Popular. Não há mais tempo para mais registros no TRE.

 

A ex-primeira dama Valéria Perillo parece ter um personal stylist ao contrário, ou seja, para se vestir com descuido. Nas aparições em defesa do marido, ela usa roupas escolhidas para parecer gente comum.

 

  • O governador Zé Eliton perdeu completamente o gás nesta última semana de campanha. Em reservado, seu grupo mais chegado impressionou-se com o seu abatimento, cansaço, olheiras e um súbito emagrecimento.

 

  • Pânico na base governista: candidatos proporcionais apavoraram-se com a queda de Marconi Perillo na pesquisa Grupom, apontando para a sua derrota, e agora receiam perder votos e ter as suas eleições inviabilizadas.

 

  • Sem 2º turno, já se prevê que o pagamento da 2º fornada da folha de pagamento, que sai no dia 10 (salários superiores a R$ 3 mil), não será quitada na data. Chegou a hora da explosão da bomba fiscal.

 

  • Ronaldo Caiado jamais admitiu ou estimulou qualquer visão antecipada de vitória, muito menos difundiu a hipótese de vencer no 1º turno. Foi humilde, segurou a sua turma e só pediu trabalho. Está aí o resultado.

 

  • A Operação Cash Delivery abalou tanto Marconi Perillo que, ao aparecer no seu programa de televisão para se defender, em big close, ele acabou mostrando uma cara sem graça que mais parecia uma confissão de culpa.

 

  • Façam suas apostas, senhores: a amizade entre Marconi Perillo e Zé Eliton vai durar quantos dias após a derrota total do próximo domingo? De quem será a culpa pelo naufrágio do Tempo Novo? E do fiasco do Zé?

 

  • Depois de 20 anos fazendo rodízio nos cargos mais importantes do governo, a elite de burocratas e privilegiados criada e alimentada pelos governos de Marconi Perillo vai finalmente conhecer o desemprego.