QUEDA DE POPULARIDADE DE BOLSONARO AFASTA OS POSSÍVEIS ALIADOS EM GOIÁS, INCLUSIVE CAIADO
A queda brutal da popularidade do presidente Jair Bolsonaro, hoje com baixíssima aprovação para a sua gestão – em média 25% - e, pior ainda, o fato de se encontrar com a metade das intenções de voto do ex-presidente Lula, afasta possíveis aliados em Goiás, em especial o governador Ronaldo Caiado, que segue com índices altos tanto de intenções de voto quanto de aprovação. A declaração arrogante do filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo, em visita a Goiânia, quando afirmou que “o presidente não precisa de candidato aliado para ter palanque no Estado, ele está confortável, tem uma grande força aqui, Goiás, que tem parte rural muito forte, um povo de maioria conservadora”, mais parece uma desculpa esfarrapada para o fato de que ninguém quer a companhia de um candidato presidencial tóxico pelo que é e o que faz. Caiado, de fato, só teria a perder se vinculasse o seu nome ao de Bolsonaro, apesar das nuances ideológicas que permanecem a mesmas, porém, no caso do governador, sem o radicalismo e os desvãos golpistas do presidente. Sabe-se que, em Goiás, o capitão ainda tem uma penetração um pouco maior que no geral do país. Mesmo assim, insuficiente para compensar os prejuízos que uma eventual conexão traria para postulantes ao governo estadual que ousassem se identificar com ele.
MOMENTO DE GUSTAVO MENDANHA É DE DÚVIDAS AS MAIS CRUÉIS POSSÍVEIS
O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha vive um momento de dúvida cruel: não consegue concluir se deve sair do MDB ou permanecer, caso em que também não tem ideia sobre qual postura adotar quanto a campanha do ano que vem, se apoia a aliança com o DEM, se cruza os braços ou se abre uma dissidência e fica contra, e, caso decida tomar o rumo da porta da rua, para qual partido ir e, principalmente, até onde ir, isto é, se renunciará ao mandato para assumir uma candidatura ao governo. É um momento de dúvidas cruéis. Problema: ele não tem conselheiros de nível em Aparecida, depois que perdeu o pai, o ex-deputado Léo Mendanha, a quem ouvia cegamente (Leo Mendanha morreu em abril último, vítima da Covid-19). À sua volta, na prefeitura, só há puxa-sacos e bajuladores. E não acredita em quer que seja, de fora, que o procure para tratar de assuntos políticos, desconfiado de que todos querem manipular o seu nome, a exemplo do ex-governador Marconi Perillo, do PSDB – que se tornou seu interlocutor ultimamente e o tem estimulado a se lançar às eleições de 2022, inclusive abrindo a possibilidade de recebê-lo no partido e bancar a sua campanha. Fora o travesseiro, não resta nada nem ninguém para Mendanha se consultar e resolver o que fazer.
ADIB ELIAS NÃO QUER SER USADO COMO MASSA DE MANOBRA DA OPOSIÇÃO
O ex-presidente da ex-Agetop Jayme Rincón fez um esclarecimento a esta coluna: após ler nos jornais sobre insatisfações do prefeito de Catalão Adib Elias com a aproximação do governador Ronaldo Caiado com o presidente estadual do MDB Daniel Vilela, não ligou para Adib, mas sim enviou uma mensagem via WhatsApp, chamando para uma conversa. Diz Rincón que é amigo do catalano, com quem sempre manteve boas relações. E que Adib respondeu com outra mensagem, em tom cordial e ponto. Não mais se falaram. A aliados, o prefeito garantiu que não quer ser usado para alimentar projetos de oposição a Caiado e por isso, inclusive, recusou-se a uma entrevista solicitada pela jornalista Fabiana Pulcineli, de O Popular. Mais uma: o prefeito Gustavo Mendanha de fato ligou para Adib, que não atendeu.
MAURO MIRANDA FOI ENQUADRADO E AGORA DEFENDE APOIO A CAIADO
O ex-senador Mauro Miranda andou espalhando por aí que estaria contra a aliança do MDB com o DEM. Chegou até a externar essa posição para uma filha de Iris Rezende, Ana Paula. Ela retrucou cobrando fidelidade à orientação do pai, que, como se sabe, foi o primeiro a defender a aproximação com o atual governador. Mauro se enquadrou. E até procurou se redimir: nesta semana, foi a Aparecida visitar Gustavo Mendanha no seu gabinete no pomposo prédio da Cidade Administrativa para apresentar argumentos contra a candidatura própria do MDB e a favor do apoio à reeleição de Caiado. Mendanha postou foto da visita, mas escondeu as informações sobre o que Mauro Miranda disse na ocasião. De qualquer forma, a conversa foi amigável, com o ex-senador habilidosamente insistindo que seguir a orientação de Iris seria o melhor para o prefeito e para o MDB.
EMPRESÁRIOS TENTAM APAGAR O INCÊNDIO QUE IRROMPEU NA POLÍTICA DE APARECIDA
Despontou um movimento de proporções entre os grandes empresários de Aparecida, liderados pelo big boss José Luiz Celestino, que tem ligações com a família Vilela (foi, inclusive, secretário de Administração quando Maguito Vilela governou Goiás) e é também foi presidente da ACIAG, a poderosa instituição de classe que representa o PIB do município, o 3º maior de Goiás, com o objetivo de pacificar as relações entre Gustavo Mendanha e Daniel Vilela. No último fim de semana, na casa de Celestino, encontraram-se face a face Mendanha e Daniel. O empresário falou sobre os prejuízos para a economia local que um desentendimento entre os dois, envolvendo as eleições de 2022, poderia trazer, ao quebrar a estabilidade política sobre a qual, no seu entendimento, se assenta hoje a economia de Aparecida – um eixo sólido que foi construído pelas gestões de Maguito com base no seu celebrado espírito de conciliação e moderação. Celestino ressaltou que, para o mundo dos negócios, seria importante não só que os dois caminhassem juntos, como também que prefeitura e governo do Estado voltassem a se alinhar, em benefício do município, que não se procurassem culpas e que mágoas fossem deixadas de lado, propondo-se, ao lado de Daniel, a acionar o governador Ronaldo Caiado para que tomasse a iniciativa de um telefonema a Mendanha, com o compromisso de que seria bem recebido e bem tratado, para dar partida a um processo de reconciliação que na sua visão seria positivo e importante para todos, em especial quanto as condições que a economia aparecidense demanda para continuar crescendo.
O QUE FOI PROPOSTO E ACEITO NA REUNIÃO NA CASA DO EMPREITEIRO JOSÉ CELESTINO
O presidente estadual do MDB Daniel Vilela pediu, e Mendanha concordou, que se suspendesse a ideia de uma carta aberta ao diretório estadual do MDB em defesa da candidatura própria, o que poderia acirrar os ânimos. Por proposta de José Luiz Celestino, ele e Daniel ficaram de acionar o governador Ronaldo Caiado para a iniciativa de um telefonema a Mendanha, com o compromisso de que será bem recebido e bem tratado, para dar partida a um processo de reconciliação que na sua visão seria positivo e importante para todos, em especial quanto as condições que a economia aparecidense demanda para continuar crescendo. Daniel e Mendanha saíram em clima de apaziguamento, um com a missão de levar os assuntos tratados a Caiado, o outro prometendo suspender as hostilidades, por ora.
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