SE A ANTECIPAÇÃO DA ALIANÇA DEM-MDB É INEVITÁVEL, POR QUE NÃO USUFRUIR DESDE JÁ DAS SUAS VANTAGENS?
Muito objetivamente, uma análise publicada pelo Jornal Opção, competente como sempre, assinala que toda a movimentação visando a eleição de 2022 depende, hoje, do posicionamento que vier a ser adotado pelo governador Ronaldo Caiado – que, até agora, só assumiu que vai procurar ampliar a sua base de sustentação, mas não evidenciou preferências nem deu detalhes. Sem Caiado definido, nada para de pé. Embora falando em buscar mais partidos para a coligação da reeleição, o governador segue adiando para o início do ano que vem as articulações, repetindo, com ênfase, entretanto, um pouco reduzida, que a prioridade continua a ser o enfrentamento à pandemia – no que está correto e merece aplausos. Mas é cada vez mais difícil segurar: as bases do MDB, por exemplo, em especial as suas quase três dezenas de prefeito, com exceção basicamente do “menino de Aparecida”, Gustavo Mendanha (dizem que Marconi Perillo enviou na cabeça dele a ideia de que pode repetir em 2022 o fenômeno do “moço da camisa azul” de 199), querem e até exigem a antecipação da aliança, claro, de olho no aprofundamento das parcerias administrativas com o governo do Estado e reflexos imediatos nas suas respectivas gestões. Será muito difícil segurar essa onda: se todo mundo sabe que, lá na frente, haverá uma composição satisfatória para todos, porque não usufruir desde já das vantagens desse arranjo?
MENDANHA BLEFA AO ESPALHAR QUE TEM PESQUISA COM ÍNDICE DE 20%
O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha espalha que dispõe de uma pesquisa que indicaria o seu nome com 20% das intenções de votos para governador, se a eleição fosse hoje. Mas, espertamente, não mostra nem publica o levantamento, lembrando que, neste ano, é livre a divulgação de avaliações eleitorais (a exigência de registro no Tribunal Regional Eleitoral só existe no próprio ano do pleito). Podem anotar, leitoras e leitores: é chute de Mendanha. Se ele tivesse como comprovar, ainda que por um instituto de segunda linha, que é dono de um índice como esse de 20%, isso já estaria visível em algum veículo amigo, dos muitos que a prefeitura aparecidense alimenta com as suas fartas verbas de publicidade. Seria um fato político avassalador. Mendanha, se aparecer acima de traço em qualquer prospecção de voto, não passa de alguns pontos percentuais, equivalentes ao peso do eleitorado da sua cidade no conjunto do Estado, talvez 3% ou com muito otimismo 4%. Ele existe em Aparecida, mas é um ilustre desconhecido por esse Goiás afora, como diria o memorialista Joaquim Rosa, de saudosa memória.
VISITA DE DÓRIA A GOIÂNIA ACABOU EM TRAPALHADA GENERALIZADA
A visita do governador de São Paulo João Dória a Goiânia acabou em uma monumental trapalhada. Rendeu pontos negativos para Marconi Perillo, Henrique Meirelles e Alexandre Baldy, que fazem jogo duplo ao manter proximidade com Dória, todos os três visando a manter os seus empregos (por conta do almofadinha paulista, Marconi é consultor da CSN e Meirelles e Baldy são secretários do governo de SP), mas evitando um compromisso político maior, principalmente com a candidatura presidencial. O governador queria um compromisso explícito do PSDB goiano, tanto que trouxe banners para decorar a sua reunião com os tucanos locais indicando apoio claro e indubitável, o que não aconteceu. E Meirelles e Baldy acabaram cobrados pela proximidade com o governador Ronaldo Caiado, cuja chapa querem integrar em 2022, mas se beneficiando das comodidades do naco de poder ocupado pelo PSDB em São Paulo. Um desastre generalizado.
UM LÍDER DAS ESFERAS MAIS ALTAS DA POLÍTICA PRECISA DE FORMAÇÃO INTELECTUAL E POLÍTICA
Não tem sentido alguém que se apregoa “irmão” e “leal” em relação ao presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, passar o tempo todo articulando para sabotar a aliança entre o partido e o governador Ronaldo Caiado, que abrirá as portas de 2026 para Daniel como governador (com a renúncia de Caiado para se candidatar ao senado) e na sequência como candidato à reeleição, com grandes chances de encarnar um projeto eleitoral vitorioso – capaz até de criar um eixo de poder historicamente revolucionário e duradouro em Goiás. Mas é o que Gustavo Mendanha está fazendo, hoje abertamente em “guerra fria” contra Daniel, cavalgando um blefe sem tamanho ao apostar na possibilidade de acolhimento da tese suicida da candidatura própria em 2022 entre as bases emedebistas. O que se tem aí é o resultado da imaturidade, da inexperiência e da falta de preparo intelectual da parte do prefeito aparecidense, que não é dado a nenhum tipo de aprofundamento analítico, até mesmo pela falta de formação – tem o curso superior de professor de Educação Física. Nada contra esse tipo de profissional, ao contrário. Mendanha é que desmerece a categoria.
PROF. ALCIDES PODE SE DESPEDIR DO PP, ONDE JAMAIS TERÁ QUALQUER IMPORTÂNCIA
Algum tempo atrás, o deputado federal Prof. Alcides elaborou um relatório sobre o que define como situação precária do PP em Goiás e encaminhou para o presidente nacional do partido Ciro Nogueira. Não recebeu nenhuma resposta. Ciro é aliado de Alexandre Baldy, que, a propósito, acaba de fixar residência em Brasília, portanto continuando a dirigir o Progressistas (esse nome é uma piada pronta) à distância, trabalhando em São Paulo como secretário de Transportes Metropolitano de São Paulo (responsável pelo maior prejuízo da história do metrô da capital paulista), e morando no Distrito Federal. O relatório do professor Alcides está correto, ao apontar a legenda como fragilizada no Estado, responsabilizando Baldy por essa situação, o que é verdade. Mas não deu em nada. Há negócios unindo o presidente goiano e o presidente nacional do Progressistas, ambos políticos do pior tipo possível, processados por corrupção e somente se movendo mediante interesses inconfessáveis. O PP é um horror. E quem milita na legenda é cúmplice: sai daí, Prof. Alcides.
MARCONI SÓ GOSTAVA DE PUXA-SACOS E REPELIA, COMO AINDA REPELE, OPINIÕES CRÍTICAS
Ingenuamente, jornais e blogs registraram que o ex-governador Marconi Perillo está voltando à política. Ilusão. O tucano-mor de Goiás sofre de desgastes insuperáveis, resultados da sua conduta como governador, quando foi tolerante com a corrupção e a perpetuação de um grupo que nunca teve compromisso com Goiás e cuidou apenas da sua sobrevivência, afinal terminando em um desastre administrativo sem tamanho. Rodeado pelos Joões Furtados, Josés Carlos Siqueiras e Jaymes Rincons, Marconi não poderia mesmo terminar bem. Foi alertado, no mandato que se iniciou em 2015, por Thiago Peixoto e por Vilmar Rocha, mas preferiu seguir com os puxa-sacos de sempre, dentro da sua característica de reagir mal a opiniões contrárias e só aceitar cabeças balançando para cima e para baixo, coniventes. Deu no desastre que deu, irreversível.
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