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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 02 De Fevereiro De 2023

02/02/2023 às 09h05


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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A big festança na casa do “ministro” Baldy para comemorar vitória antecipada de Lira

Em Brasília, o presidente do PP goiano Alexandre Baldy é figurinha fácil nos bastidores da política

 Na noite desta terça, 31 de janeiro, véspera das decisivas eleições para as presidências da Câmara Federal e do Senado, um jantar na mansão do presidente do PP em Goiás Alexandre Baldy, em Brasília, comemorou por antecipação a nova vitória de Arthur Lira para o comando da Câmara.

Baldy, nos bastidores da capital federal, ainda é chamado de “ministro”. Como se recorda, ele ocupou o Ministério das Cidades no governo Michel Temer, na época bancado pelo então presidente da Câmara Rodrigo Maia. De lá para cá, aproximou-se e passou a operar à sombra dos dois políticos que comandam o PP nacional – Lira e o ex-ministro Ciro Nogueira. Ele é uma espécie de “resolvedor” geral do grupo. Viagens de aviões, empréstimos emergenciais, estadias em resorts internacionais e outros mimos qualificados, não há nada que não consiga prover para os aliados, como longa manus da dupla Lira-Nogueira. Brasília também funciona assim.

No passado, outro goiano teve uma ascensão parecida e terminou muito mal: Sandro Mabel, empresário bilionário de perfil político muito, mas muito semelhante a Baldy. Mabel envolveu-se em uma dezena de escândalos, enquanto sua cópia por enquanto apenas em um, porém com consequências danosas já que chegou a ser preso e o outro jamais o foi.

As notícias da imprensa nacional se dividem no registro de um público mínimo de 200 pessoas presentes no jantar de Baldy e o máximo de 400. Bolsonaristas e lulistas, indiscriminadamente. Houve até shows com duplas sertanejas, vinhos franceses e uísque de primeira. Nada foi economizado. Pelo tamanho da festança, a casa deve ser um portento.

Maior licitação da história dos municípios goianos é cancelada pelo Tribunal de Contas

 O Tribunal de Contas dos Municípios cancelou pela segunda vez, e agora em definitivo, a inacreditável licitação da prefeitura de Aparecida para a contratação de serviços de iluminação pública pelos próximos 25 anos no município, a um custo inacreditável: quase R$ 1 bilhão de reais.

Nunca houve nada parecido em Goiás nem, proporcionalmente, em termos de Brasil. A estória toda é um delírio, envolvendo preços elevadíssimos para a compra de lâmpadas, manutenção de postes e requintados softwares para o controle das luminárias em vias públicas. Algo inédito no Brasil.

Foi tentada pela primeira vez quando Gustavo Mendanha era prefeito, mas o TCM vetou. O sucessor, Vilmar Mariano, o Vilmarzim, insistiu e ganhou um “não” na cara. Consta que a equipe técnica do tribunal ficou perplexa com a operação, que dependeria de um empréstimo internacional em dólares capaz de complicar o já elevado endividamento de Aparecida. Dinheiro em caixa ou previsto, nenhum. E, no final das contas, tudo muito mal explicado. Sem transparência, enfim.

Discurso tem importância? O de Talles Barreto, sim

Fala do deputado Talles Barreto redesenhou o papel da Assembleia

Discurso de político e editorial de jornal parecem coisa do passado, que ninguém escuta ou lê. Ainda mais em um mundo onde checar o celular a cada segundo transformou-se em obsessão. Mas, mesmo assim, há exceções, em especial no primeiro caso. O que se diz de uma tribuna, em momentos significantes, de repente tem conteúdo e altura para adquirir a importância devida.

Na solenidade de reabertura da Assembleia Legislativa, nesta quarta, com a posse dos deputados que integram a Vigésima Legislatura, ocorreu um exemplo. O deputado mais antigo, Talles Barreto, conseguiu fazer uma fala para além dos muros do Poder. Resumiu o delicado momento histórico do país, pregou a defesa da democracia, propôs o engajamento da Assembleia na luta pelo desenvolvimento econômico em sintonia com a justiça social e apontou para os novos parlamentares um papel de apresentação de propostas e iniciativas, não apenas de apreciação dos projetos do Executivo.

A convocação para uma ação política mais ampla e representativa em relação a sociedade corresponde um avanço que hoje pressiona deputados estaduais, federais e senadores, pelo Brasil afora. Ficou para trás a visão do legislador, do carimbador de leis, do mero fiscal dos atos de governo. Entrou um perfil, digamos assim, mais moderno e proativo, tal como desenhou Talles Barreto ao declarar por conta própria, por ora, a prioridade para o combate à pobreza em Goiás como uma meta a ser compartilhada entre a Assembleia e o governador Ronaldo Caiado – ultimamente até acusado de “comunista” pelo bolsonarismo exacerbado depois que conquistou mais um mandato e no dia seguinte ao resultado já saiu repetindo que os programas sociais serão a essência da sua segunda gestão (sem falar na taxação do agro).

É uma mudança e tanto. Nem todos os deputados têm a consciência de que são muito mais do que despachantes dos municípios ou procuradores de interesses corporativos. Ou batedores de bumbo. Cada vez que um Legislativo se renova, entretanto, reacendem-se as esperanças de que a nova fornada de parlamentares seja melhor que a anterior. Tomara que aconteça no alto do Park Lozandes, daqui para a frente, no majestoso prédio-sede da Assembleia, de acordo com o discurso de Talles Barreto.

Coleção de méritos viabiliza Pedro Paulo para uma cadeira no TSE, ainda neste ano

É aposta segura a previsão de que o criminalista goiano Pedro Paulo Medeiros, o conhecidíssimo PP, vai galgar uma posição nas cortes judiciárias superiores, ainda em 2023, provavelmente o Tribunal Superior Eleitoral – onde pelo menos duas vagas se abrirão neste ano para representantes da advocacia.

Pedro Paulo tem apoio expressivo em Brasília, diante do nível elevado do seu preparo profissional. Um dos seus padrinhos é o consagrado Kakay – e não é preciso dizer mais nada. O respeitado grupo Prerrogativas também avaliza o seu nome. Além disso, ele pode ser definido como antilavajatista, ou seja, um profissional do Direito com atuação a favor de perseguidos pela operação curitibana, na linha do garantismo legal que acabou prevalecendo e liquidou o ímpeto dos Moros, Dallagnóis e assemelhados derrotados pelos próprios excessos.

Anotem, leitoras e leitores: PP tem cacife jurídico, político e pessoal. Já está morando em Brasília. Compor o Supremo Tribunal Federal pode ser uma meta de maior complexidade, mas o TSE, não. PP tem o aval e o respeito do petismo mais qualificado, já advogou para o partido a título de contribuição pro bono e tem ligações significativas no entorno de Lula.

Eleição para a chefia do Ministério Público é importante, mas não tem consequências

Será na próxima sexta, 3, a eleição visando à formação da lista tríplice destinada a escolher quem se assentará na cadeira de procurador-geral de Justiça de Goiás pelos próximos dois anos. Apenas três candidatos se inscreveram, o que significa que todos serão encaminhados ao juízo do governador Ronaldo Caiado – ele poderá se decidir por qualquer um, embora haja expectativa institucional pela nomeação do primeiro colocado.

O atual procurador geral, Aylton Vechi, ficou em terceiro lugar, há dois anos, e foi o abençoado de Caiado. Agora, em ordem alfabética: os promotores de Justiça Carlos Vinícius Alves Ribeiro e Cyro Terra Peres e o procurador de Justiça Paulo Sérgio Prata Rezende. O jornal O Popular publicou uma matéria apontam um tom político para a disputa, o que é difícil de acreditar. Quem levar terá conduta isenta e republicana como representante maior do Ministério Público Estadual, tal como sempre foi, tal como sempre será.

parquet, como é conhecido em francês, funciona fora dos padrões hierárquicos: cada um dos seus promotores e procuradores atua com autonomia assegurada em lei, o que significa, na prática, que não recebem ordens de ninguém para fazer ou deixar de fazer o que quer que seja. Em todos os assuntos, a opinião do chefe maior é uma a mais, não algo de cumprimento obrigatório.

Resumidamente: Carlos Vinicius e Cyro estão engalfinhados pelo 1º lugar. Ambos trabalham duro, cabalando pessoal e diretamente votos na capital e no interior. Prata arrisca uma inédita campanha pelo WhatsApp. Cyro é o nome da preferência de Vechi, o que tende a ser um fator preponderante para convencer Caiado a seu favor. Porém, Carlos Vinicius tem ligações com a filha do governador, Anna Vitória, que o pai escuta sistematicamente em situações na área jurídica (ela é advogada militante). Significa, quase com certeza: um dos dois vai ser o ungido, independentemente do resultado da eleição.