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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 02 De Junho De 2021

02/06/2021 às 10h16


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CANDIDATURA DE MEIRELLES AO SENADO, POR GOIÁS: ABERRAÇÃO QUE SÓ ATENDE SEUS INTERESSES PESSOAIS

É ridícula, para dizer o mínimo, a estratégia que começa a ser implementada pelo ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles – que consiste em participar de lives e webinários para caracterizar a sua presença e vinculação com Goiás, Estado para o qual pretende oferecer o “sacrifício” da sua candidatura a senador em 2022. Não tem sentido, pela falta de audiência e pela manutenção da distância. Meirelles é figura absolutamente estranha à realidade goiana, que não conhece e com a qual só conviveu por um curto período, depois que ingressou na política, quando fez a campanha para deputado federal em 2002, ganhou e renunciou ao mandato sem assumir por um único dia para ocupar a presidência do Banco Central a pedido do então presidente Lula. No momento, já são mais de seis anos sem que ele tenha colocado os pés em Goiás, mas essa questão é o de menos: o que importa é que o ex-ministro, apesar da importância das funções federais que ocupou, nada fez pelos seus conterrâneos. Nada. Jamais destinou recursos públicos para obras no Estado nem muito menos encaminhou algum investimento privado, por mínimo que fosse, para fortalecer a geração de emprego e renda em território goiano. Se não merece ser eleito nem mesmo vereador de corrutela, em Goiás, é inaceitável que queira se arvorar em pretendente ao Senado, sob o argumento de que deseja trabalhar pela pela terra onde nasceu, porém nunca prestigiou.

JOÃO CAMPOS: REPUBLICANOS TEM COMPROMISSO COM CAIADO, “POR ENQUANTO”

O deputado federal João Campos é sibilino ao dizer que “o Republicanos tem compromisso com o governador Ronaldo Caiado” e acrescentar, até honestamente, um “por enquanto”, o que passa uma mensagem clara: se ele não for ungido como candidato a senador na chapa da reeleição de Caiado, o partido poderá procurar outra composição para alcançar esse objetivo. Só que inserir o nome de João Campos na corrida pelo Senado em 2022 não será fácil, pela sua falta de perfil majoritário, apesar da relativa densidade eleitoral que ele tem como político representante de segmento, no caso o público evangélico.

BALDY ARTICULA FRENTE CONTRA REELEIÇÃO, MAS ERRA NO PRIMEIRO PASSO

Na condição de dirigente do PP em Goiás, onde aparece raramente, o ex-ministro e atual secretário de Transportes de São Paulo Alexandre Baldy saiu a campo para se integrar ao esforço de uma ala do MDB para fugir de uma composição com o governador Ronaldo Caiado em 2022. Mas, pelo menos em seus passos iniciais, cometeu um erro: não notificou o presidente estadual emedebista Daniel Vilela da sua movimentação, falta de cortesia que vai gerar arestas entre os dois (ele foi ao ex-presidente Michel Temer, ícone do partido, levando a tiracolo o prefeito de Anápolis Roberto Naves). Vilela, como se sabe, não autoriza por enquanto articulações sobre o posicionamento do partido nas eleições do ano que vem e defende abertamente conversações nesse sentido somente a partir do início do ano que vem. No mínimo, deveria ter recebido um telefonema de Baldy, antes da visita a Temer.

FALTA DE FIRMEZA ANTICORRUPÇÃO É O COMEÇO DA “CRIVELLIZAÇÃO” DE ROGÉRIO CRUZ

O injustificável mistério que cerca o episódio das máquinas da prefeitura de Goiânia flagradas trabalhando em uma propriedade rural particular, já na gestão de Rogério Cruz, tem um quê de “crivellização” do atual comando do Paço Municipal. Não tem sentido: um mês depois da ocorrência, não se sabe quem deu a ordem para a prestação irregular dos serviços e menos ainda foi informado quem é o dono da fazenda, informações que qualquer inquérito banal, porém sério, seria capaz de levantar. A condescendência com ações irregulares foi o comportamento inicial que abriu as portas da prefeitura do Rio, na época do evangélico Marcelo Crivella, para o mar de corrupção que acabou tragando até o próprio prefeito e o levou a uma prisão temporária. Rogério Cruz mostrou pulso fraco nesse episódio, provavelmente diante do envolvimento de gente poderosa o suficiente para inibir o exercício da sua autoridade. Não cumpriu o seu dever e isso, mais adiante, vai cobrar um preço caro.

CANDIDATURA DE VANDERLAN A GOVERNADOR É SÓ ESPECULAÇÃO OU FOFOCA

Vão durar até uma época mais próxima da eleição de 2022 as especulações e os fofocas sobre a candidatura do senador Vanderlan Cardoso ao governo do Estado. Mas ele, toda semana, repete que não tem a menor intenção nesse sentido e que vai se empenhar na reeleição do governador Ronaldo Caiado, assim como reafirma que vai continuar a trabalhar pela figuração do ex-ministro Henrique Meirelles como postulante ao Senado – ao lado de Caiado. Vanderlan é hoje um político experiente, que sabe o valor da sua palavra. Não cabe lembrar como precedente a sua postura no pleito do ano passado em Goiânia, quando havia desistindo da disputa, mas depois voltou atrás e só não ganhou porque foi vítima do estelionato eleitoral que elegeu Maguito Vilela.  Naquela circunstância, não havia compromisso com alguma candidatura, mesmo porque o deputado Francisco Jr, o preferido inicial do PSD, abriu mão voluntariamente. Agora, é diferente. Houve um acordo com Caiado, que apoiou o seu nome na capital, recebendo em troca a promessa de respaldo em 2022.

OPOSIÇÃO NÃO TEM NOME NEM PROJETO ALTERNATIVO DE PODER PARA 2022

As principais legendas que poderiam ensaiar uma tentativa de enfrentamento ao governador Ronaldo Caiado, como MDB, PSL, PSD, Progressistas e o enfraquecido PSDB, ainda não acharam um rumo e nem passam perto disso. Os emedebistas, depois de perder a prefeitura de Goiânia com o rompimento com o prefeito Rogério Cruz, parecem apalpar no escuro, agora orientados por uma tênue e esmaecida luz, a do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha. Inexperiente, ele resolveu posar de liderança do partido, viajando a outros municípios e procurando lideranças maiores como a de Iris Rezende, Marconi Perillo e Sandro Mabel para “conversar”. Detalhe: no MDB, o que vale mesmo é a palavra de Daniel Vilela, presidente estadual do partido e herdeiro político de Maguito Vilela. Mas Daniel recebeu do seu amigo e presidente nacional Baleia Rossi a incumbência incontornável de eleger pelo menos três deputados federais em 2022, com a inclusão dele mesmo como puxador de votos da chapa. E deixando de lado o risco suicida de se aventurar na disputa – mais uma vez – pela governadoria. Perdendo, fulminaria de vez a sobrevivência do MDB em Goiás.

PSDB CONTINUA INSISTINDO NO DISCURSO SAUDOSISTA E NA PROPOSTA DE RETORNO AO PASSADO

O PSDB em Goiás, massacrado pelos erros do passado e as inconsequências que persistem no presente, continua entoando um discurso equivocado, com os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton insistindo em uma linha retórica que mais parece um pergaminho retirado de algum sarcófago – tendo como única proposta o retorno do passado. Eleitoralmente, diante dos desgastes acumulados, os tucanos estão enfraquecidos e podem acabar não servindo como parceiro capaz de contribuir com alguma projeto alternativo de poder – que, de resto, não conseguiram desenhar até agora.

 

EM RESUMO

  • Nada constrange mais o deputado-delegado Humberto Teófilo do que notícias sobre a condenação do seu pai, o ex-vereador Amarildo Pereira, por corrupção. A sentença, sem possibilidade de recursos, é de 5 anos e 7 meses de prisão.

 

  • A hipótese da candidatura de Henrique Meirelles ao Senado, por Goiás, já viveu dias melhores. O distanciamento e a falta de identificação de Meirelles com o Estado são fatores negativos que praticamente liquidam o projeto.

 

  • Gustavo Mendanha pernoitou em Brasília, na semana passada, levando o vice e mais 20 vereadores, por conta dos cofres públicos de Aparecida. Diz que a viagem foi para viabilizar recursos federais para investimentos no município.

 

  • Mal voltou, o prefeito aparecidense saiu para um périplo por Jataí, Mineiros, Portelândia e Rio Verde, para articular as eleições de 2022, parte da visita no horário em que deveria estar dando expediente no seu gabinete.

 

  • Segundo o Jornal Opção, o ex-governador Marconi Perillo teria servido um Romanée-Conti ao prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha durante uma conversa recente. É um vinho que nunca sai por menos de R$ 32 mil reais a garrafa.

 

  • A crise do Patriota com Jair Bolsonaro tem repercussão em Goiás ao debilitar a candidatura a governador do empresário Jânio Darrot – que pretendia se fortalecer filiando-se ao partido para se conectar ao bolsonarismo em 2022.

 

  • O ex-governador José Eliton, que é advogado e deveria conhecer as leis, exagerou ao comparar a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal – RRF com uma intervenção federal no Estado. Não há a mínima semelhança.

 

  • “Unanimidade” que custa caro para os cofres públicos: em Aparecida, todos os 25 vereadores apoiam o prefeito Gustavo Mendanha; em Goiânia, dos 35 vereadores, apenas dois fazem oposição ao prefeito Rogério Cruz.

 

  • Câmara Municipal que não fiscaliza e não vigia os atos do prefeito não tem nenhuma outra justificativa para existir. Se funcionar como “puxadinho” do Executivo, o Legislativo simplesmente aceita a humilhante posição de “capacho”.