A Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai), resgatou 50 pessoas mantidas em cárcere privado, nesta terça-feira (29), em Anápolis. Todos do sexo masculino, eles eram submetidos a tortura em uma clínica clandestina, na zona rural da cidade.
Todas as vítimas, do sexo masculino, possuem idades que variam entre 14 e 96 anos. Entre as vítimas, havia pacientes com deficiência intelectual, cadeirante, autista e alguns dependentes químicos.
As investigações mostram que os pacientes foram levados à clínica ilegal de forma involuntária. No local, eles eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário-mínimo por mês.
De acordo com o delegado Manoel Vanderic, as vítimas viviam confinadas em um ambiente sujo, sem acesso a uma alimentação adequada, medicação ou qualquer forma de acompanhamento médico ou psicológico. Graves lesões físicas, desnutrição e sinais de confusão mental, provenientes de sedação, foram identificados em muitos dos resgatados.
A corporação informou que os donos da clínica clandestina são pastores de uma igreja evangélica de Anápolis. O homem, que se identifica como pastor Junior Klaus, está foragido. Já a esposa dele, Suelen Klaus, que é servidora da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), foi presa durante a operação na noite desta terça-feira (29).
Após o resgate, as vítimas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis. Durante a madrugada de quarta-feira (30), elas receberam alimentação, cuidados de higiene e primeiros socorros nas instalações do estádio municipal.
Alguns precisaram de hospitalização e foram resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu).